Perdoar ao próximo é uma exigência do Evangelho e uma condição de Deus para sermos perdoados (Mt 6:12; Lc 6:37). Perdoar as ofensas e dívidas do próximo é a atitude espiritualmente madura do cristão, é ordem de Deus a seus filhos e é exemplo do próprio Salva-dor Jesus. Se não perdoarmos não somente desobedecemos a von-tade de Deus como também deixamos de ser por Ele perdoados.
Com certeza o perdão é uma atitude de gente cristã, uma atitude de magnanimidade. Mas é também uma atitude fundamental de so-brevivência e para a superação do mal que nos foi feito.
Quem mais sofre, com certeza, não é quem feriu, traiu, etc... mas quem foi ferido, traído... quem mais sofre é a vítima.
Dependendo do grau da ferida e da dor provocadas pela ofensa ou pela crueldade do outro, a pessoa passa a sofrer do que chamarei aqui de “maldição de vítima”. Quando a pessoa passa a viver sua vida conduzida pela raiva, medo, traumas, perdas, vergonhas que lhe fo-ram causados. Tem gente que chega ao absurdo de só viver para promover vingança e o conseqüente sofrimento do agressor.
Mas há gente cujo agressor já sofreu muito ou já até morreu e a pessoa ainda não se livrou do ódio, da dor, dos traumas; não superou as perdas. A vingança não cura feridas (uma chaga que muito possivelmente irá com a pessoa para o túmulo). Mas nos desvia do Céu.
Perdoar é desejar a ajuda de Deus para nos livrar das cadeias que nos aprisionam à dor e aos traumas. Perdoar é deixar que Deus aja nos fazendo superar o medo, a mesquinhez, o estreitamento de visão, do coração e de horizontes que a dor nos confina.
Perdoar é experimentar cortar as amarras diabólicas que nos prendem à ferida. É experimentar superação da dor. É experimentar libertar-se da maldição do “complexo de vítima”. Deus não quer que vivamos e o louvemos como vítimas e feridas ambulantes, mas como filhos e filhas, libertados e restaurados por Jesus.
Ore para que Deus aja em seu coração e libere perdão e paz.
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