sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Intimidade (José Carlos Ary dos Santos)
A minha velha casa
Por mais que eu sofra e ande
É sempre um golpe de asa
Varrendo um campo grande.
Aqui no meu País
Por mais que a minha ausência doa
É que eu sei que a raiz
De mim está em Lisboa.
A minha velha casa
Resiste no meu corpo
E arde como brasa
De um corpo nunca morto.
A minha velha casa
É o regresso à procura
Das origens da ternura
Onde o meu ser perdura.
Amiga Amante
Amor distante
Lisboa é perto
E não bastante
Amor calado
Amor avante
Que faz do tempo
Apenas um instante
Amor dorido
Amor magoado
E que me dói no fado.
Amor magoado
Amor sentido
Mas jamais cansado
Amor vivido
Meu amor amado.
Um barco é a tristeza
Um outro é a saudade
E as minhas mãos abertas
São o chão da liberdade.
A casa a que eu pertenço
Viagem para a minha infância
É o espaço em que eu venço
É o tempo da distância.
E volto à velha casa
Porque a esperança resiste
A tudo quanto arrasa
Um homem que for triste.
Lisboa não se cala
E quando fala é minha chama
Meu castelo e minha Alfama
Minha pátria e minha cama.
Ai! Lisboa como eu te quero!
É por ti que eu desepero!
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