quarta-feira, 29 de outubro de 2008
A chave da fraternidade
Num certo lugar bem pouco conhecido, há um belíssimo jardim onde reina o amor. Ali, homens, mulheres e crianças vivem em perfeita paz. Cada um executa sua tarefa de acordo com sua capacidade. Ninguém se sente superior aos outros.
Os povos de todas as raças trazem seus presentes ao rei que reside no lindo jardim; sabendo que aquele que os governa com amor fará com que a mais humilde oferta tenha grande valor.
Muitos não residem no jardim, olham através do grande portão, querendo entrar. As paredes são muito altas, e pode-se entrar somente pelo portão que se chama Amor. Não há guarda algum impedindo a passagem, mas o portão tem um cadeado esquisito e maravilhoso ao mesmo tempo
Um dia, certo homem, de cor branca, trouxe uma chave de metal. Ele empurrou todos para o lado, a fim de experimentar sua chave, mas não conseguiu abrir, e partiu tristemente. Então, aproximou-se um outro homem de cor amarela com uma chave muito bonita. Porém, ele também teve que partir sem conseguir abrir o portão.
Aproximou-se um homem de cor bronzeada, e experimentou sua chave preta cheia de pedras preciosas. Mas também não conseguiu abrir o portão. Depois, aproximou-se um homem de cor escura, com uma chave de marfim. Apesar de trabalhar com muita paciência, foi obrigado a desistir, pois não conseguiu abrir o portão. Finalmente chegou um homem de cor vermelha, com uma chave em formato de arco. Mas esta também não serviu no cadeado, e o portão continuou fechado.
Um dia, todos estes homens, alguns mais idosos, outros mais jovens, alguns bem vestidos, outros com vestes simples, alguns com muitos diplomas, outros sem saber ler, procuraram o portão chamado Amor. Vagarosamente, cuidadosamente, cada um se aproximou. Cada um temia o outro, julgando que tão logo um deles abrisse o portão, na certa o fecharia para que os demais não pudessem entrar.
Naquele dia, o filho do rei estava passeando no jardim. Ele sentiu como os homens eram egoístas, não podendo assim alcançar o que queriam.
-Amigos, disse ele, vocês não compreenderam ainda que devem arrumar um jeito de entrarem juntos por este portão? Nenhum de vocês tem o poder de passar sozinho pelo portão chamado Amor. O jardim é mais bonito do que vocês podem imaginar. Procurem juntos um meio pelo qual possam entrar. E posso lhes dizer mais: a chave que abrirá este cadeado é fruto de cuidado, cooperação, respeito, tolerância e serviço.
Quando o filho do rei terminou de falar, olhou para os homens com bondade, e partiu.
O homem branco olhou para a sua chave, e viu que ali estava escrito cuidado; colocou-a nas mãos do homem amarelo, cuja chave trazia escrito Cooperação. Coisa extraordinária aconteceu: as duas chaves fundiram-se numa só.
Mas o milagre final foi realizado quando o homem vermelho juntou a sua chave do respeito, o negro a chave da tolerância, e o de cor bronzeada a chave do serviço.
Quem colocará a chave no cadeado para abrir o portão chamado Amor? - perguntaram os homens ao mesmo tempo. Ninguém se julgava digno de fazê-lo. Então, uma coisa esquisita aconteceu: a própria chave se moveu de mão em mão, unindo-as fortemente, e então todos juntos caminharam para a frente.
O portão se abriu de par em par, como se fosse por mágica.
O homem bronzeado, o homem vermelho, o homem negro, o homem amarelo e o branco correndo e rindo, entraram como irmãos, pelo jardim a dentro, para ali habitarem para sempre.
O rei do jardim tinha a chave que havia aberto o portão como o seu mais precioso tesouro, pois ela significava que os seus filhos da terra haviam aprendido a lição de vida que ele e seu filho haviam procurado ensinar.
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(Extraída de Ensino Eficiente/1979 - Imprensa Metodista)
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