quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A coisa mais importante (Phillys Reily)



“Qual a coisa mais importante na vida?” Shun perguntou a Pling enquanto se escondiam atrás de uma grande pedra no riacho. “É crescer e ficar forte. Assim podemos nos defender. Eu não quero ser o café da manhã para os predadores daqui”, respondeu Pling com os olhos arregalados.

Shun e Pling eram dois peixes salmões que faziam parte de um cardume de milhares de outros peixes que nasceram na água rasa de um rio do Alasca. Shun e Pling nasceram completamente indefesos e vulneráveis, porque eram providos de uma grande bolsa, maior do que o próprio corpo, que limitava seus movimentos. Essa bolsa tinha a gema que lhes serviria de alimento até tornarem-se maiores. Por causa disso tinham que se esconder entre as pedras do riacho.

Enquanto conversavam ali, atrás da pedra, apareceu um grande urso procurando alimento à beira do rio. Mas ele não se interessou por peixinhos tão miudinhos. Preferiu aguardar a passagem de peixes bem mais encorpados.

Certo dia, um ano mais tarde, Shun e Pling perceberam que não dava mais pra ficar ali no riacho. Estavam fortes, gordos e tinham muita energia. Os dois salmões, junto com seus irmãos e irmãs, primos e primas, desceram o rio, rumo ao mar.

“O que é a coisa mais importante na vida?” Shun perguntou de novo a sua amiga Pling, enquanto nadavam alegremente. “Pular, saltar, brincar”, respondeu Pling, animada e com convicção. “Agora vamos para o mar onde teremos muito espaço para viver.” Mas as suas aventuras estavam apenas começando; as águas tornaram-se mais velozes e agitadas. Como era descida, não havia tanto problema, era só prestar atenção para não esbarrar nas rochas.

E como é que um peixe nascido em água doce pode viver no mar, que é de água salgada? Shun e Pling não tinham que se preocupar com estes detalhes, pois sabiam que Deus tinha um plano para suas vidas. Ele programou um jeito que permitia uma mudança no aparelho respiratório do salmão. Logo que um salmão entra no mar transforma-se em peixe de água salgada.

Shun e Pling ficaram maravilhados com a imensidão do mar. Pulavam e nadavam com uma nova força e energia, contentes com o novo ambiente. Mas logo enfrentaram outros desafios. Os grande espaços do mar não serviam apenas para brincar e pular. Os inimigos e predadores do mar estavam por toda parte e eram muito maiores do que imaginavam. Os esconderijos eram difíceis de encontrar. Eles tinham que contar cada vez mais com a própria habilidade e força para lidar com esta nova vida. Mas dentro deles uma voz os encorajava, dizendo: “Vivam, cresçam, lutem!”, “Cuidado com os tubarões, as iscas, as redes...senão, vocês vão acabar sendo enlatados e mandados para a China, ou até para o Brasil.”

Felizmente, Shun e Pling formaram parte do grupo de salmões que conseguiram sobreviver no grande oceano. E um dia, depois de passados mais de cinco anos, eles sentiram uma coisa estranha dentro de seus corpos. Se alguém tivesse perguntado a eles: “Qual a coisa mais importante na vida?” Shun ou Pling teriam respondido: “É viver e dar vida.” A sua missão estaria completa somente depois do tempo da desova. E para isso teriam que voltar para o mesmo lugar onde haviam nascido.

Mais uma vez os dois peixes se aventuraram pelos rios do Alasca, mas desta vez foi muito mais difícil. Eles eram grandes e fortes, com a capacidade de pular muito mais alto do que o seu próprio comprimento. Mas tinham que subir, não descer, os saltos e cachoeiras. E uma voz baixinha dentro deles os impulsionava, dizendo: “A coisa mais importante na vida é dar vida.” Sem parar para procurar alimento, sem descansar, Shun e Pling nadaram, pularam, saltaram, sempre subindo para chegar ao mesmo lugar onde a sua vida havia começado. Muitas vezes foram levados pelas correntezas, batendo contra as rochas, mas o desejo de chegar no lugar de nascimento e a força e energia eram suficientes para lutar contra todos os desafios.

Com as barbatanas e as nadadoras rasgadas e quebradas, as energias esgotadas, finalmente voltaram para o seu primeiro lar. Imediatamente Pling cavou um buraco na lama, no leito do rio, e botou seus ovos. Em seguida Shun os fertilizou. Depois a fêmea cobriu os ovos com mais lama. Missão cumprida! Os dois, gastos e exaustos, deram um último sinal de vida e morreram.

Mas em dois meses, naquele mesmo lugar, outros peixinhos iam começar o novo ciclo de vida. Shun e Pling tiveram que morrer para que outros pudessem viver.



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REFLEXÃO

VIDA!! É o melhor presente que Deus nos deu. Esta vida de Deus está em Jesus Cristo. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a VIDA...Eu vim para que todos possam ter VIDA...” Que adianta possuir tudo neste mundo e perder a sua VIDA?

Quem tem Cristo, tem a VIDA. Bartimeu entendeu quanto vale a vida quando Jesus restaurou a sua vista. A mulher Samaritana, depois do encontro com Jesus no poço, correu para contar aos seus amigos sobre a nova VIDA que ela encontrou em Jesus. Enquanto Jesus viveu na terra, ele se preocupou com a vida das pessoas. Ele curava os doentes, alegrou as crianças, levantou os tristes, deu esperança aos oprimidos. Os discípulos deixaram tudo para seguir Jesus, que é a VIDA do mundo.

Jesus queria que os seus seguidores lembrassem dele e como é importante a VIDA. Ele mesmo foi a Jerusalém, sabendo que teria que morrer na cruz para que todos que o amavam pudessem ter a VIDA eterna. Na última ceia com os seus discípulos, Ele pegou o pão e falou: “Isto é o meu corpo. Comam em lembrança de mim.” O pão representa a VIDA. Ninguém vive sem comer. A nossa vida está em Jesus. Em seguida Ele tomou o cálice e disse: “Isto é o meu sangue dado por vocês. Tomem em lembrança da minha vida dada por vocês.” O povo hebraico acreditava que a vida estava no sangue. O sangue era a base dos ritos religiosos. Por isso ofereceram os animais em sacrifício. Era uma maneira de devolver a Deus a vida que Ele havia dado a todos nós. Deus deu a vida e a vida pertence a Ele.

Mas Jesus ressurgiu da morte; Ele voltou a viver. Ele está presente conosco na Santa Ceia. Presente para dar VIDA a cada um que crê nEle. Por isso, a Santa Ceia é mais do que uma lembrança, é uma alegre comunhão com Jesus ressurreto, VIVO.

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