“Uma criança nos guiará.” (Is 11.6)
Uma criança guiando um adulto é “uma absurda inversão pedagógica”.* Mas a nossa regra de fé e prática, a Bíblia, não deixa dúvidas: Deus é uma criança... No natal, o sinal da salvação é um recém-nascido que ainda usa fraldas. O maior dentre os discípulos é uma criança de colo. A conversão consiste em voltar a ser criança. Os especialistas em louvor são as crianças de peito...
Quem terá a coragem de deixar que uma criança o tome pela mão e o conduza pelas estradas da vida? Nosso coração resistiria aos sustos? Resistiria às surpresas? Suportaria o inesperado? Não há muitos como o famoso general Naamã, que se deixou comandar por uma menina. Sim, uma menina... e ela lhe salvou a pele.
Jesus era um menino que ensinava os doutores do Templo. Só que já não se fazem mais doutores e generais como antigamente. Os de hoje não dão ouvidos a crianças. Dizem que são elas que têm de ficar quietas e ouvir-lhes os conselhos e obedecer-lhe as ordens. As crianças têm sido muito pacientes com a ignorância deles. Elas calmamente esperam até que esses adultos aprendam a brincar – com toda a seriedade própria das crianças quando brincam – de paz, de justiça e de verdade.
As crianças continuam a nos estender a mão, sempre que nos aproximamos delas sor-rindo. Só que a gente pensa que elas estão querendo que a gente as guie. É aí que tudo perde a graça. O sorriso desaparece. E já não é mais a criança que segura ternamente nossa mão, mas nós é que cruelmente apertamos as suas.
Mas certamente ainda há alguns doutores parecidos com aqueles que ficaram amigos de Jesus, e generais como Naamã. Talvez você seja um deles. E se, por acaso, nos próxi-mos dias uma criança estender as mãos para você, não tenha medo. Confie. Deixe ela guiar você. Quem sabe você vai sentir, como nunca, o toque das mãos de Deus.
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