Envelhecer é uma dádiva de Deus, pois a única forma de não envelhecer é morrer ainda jovem. Mas infelizmente o envelhecimento produz dois tipos de pessoas: a pessoa idosa e a pessoa velha. Idoso é quem tem muita idade. Velho é quem perdeu a vitalidade. A idade causa degenerescência das células; a velhice, a degenerescência do espírito e da vida como um todo.
Você é idoso quando se pergunta se vale a pena; você é velho quando, sem pensar, responde que não. Você é idoso quando sonha; você é velho quando apenas dorme e vê TV. Você é idoso quando ainda aprende; você é velho quando já nem ensina.
Você é idoso quando se exercita e “corre atrás”; você é velho quando apenas descansa. Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida; você é velho quando todos os dias parecem o último da longa jornada. Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs; você é velho quando ele só tem ontens.
O idoso se renova a cada dia que começa; o velho se acaba a cada noite que termina, pois enquanto o idoso tem seus olhos postos no horizonte, onde o sol desponta e ilumina a esperança, o velho tem sua miopia voltada para as sombras do passado.
O idoso tem planos, o velho vive de saudosismo. O idoso curte a vida, o velho sofre e resmunga e reclama; só fala de doenças. O idoso leva uma vida ativa, com projetos e esperança. Para ele o tempo passa também, mas a velhice nunca chega. Para o velho, suas horas se arrastam destituídas de sentido.
O idoso cristão não teme a morte porque vive a vida abundantemente, crendo que em Jesus temos vida que vai para além da morte. E porque crê em Jesus, faz opção constante pela vida, mas já não teme nem mesmo a morte.
O velho, geralmente é deslocado, isola-se, não aceita os mais novos e o jeito próprio de cada geração; só sabe falar de como o passado era bom. Ao invés de ser senhor da velhice (ter domínio próprio sobre ela!), é apenas vítima. Não vê nada além de sua própria solidão, suas próprias dores, seus próprios temores, seus próprios valores, suas próprias experiências.
As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso, pela luta, pela fé na vida, pelos caminhos doces e amargos do companheirismo. As rugas do velho são feias porque foram vincadas pela amargura, pelo azedume, por alguém desistiu de fazer a vida e se entregou.
O idoso e o velho podem ter a mesma idade na certidão de nascimento, mas têm idades diferentes no coração. Que sejamos uma igreja com a bênção do envelhecimento e da longevidade, mas que além de vida longa, tenhamos dias cheios de qualidade de vida, sem nunca nos permitirmos ficar velhos. Envelhecer é preciso, mas sem perder a ternura e a vitalidade jamais. Que Deus nos abençoe e que nos mantenha vivos, apaixonados pela vida, cheios da unção do Seu Santo Espírito.
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