sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O milagre



(autor desconhecido)

UM HOMEM PERDIDO - bêbado, mentiroso, desonesto, desleal, imoral, sem sentido na vida, egoísta, avarento. Converteu-se pela Graça Deus e como resultado de atenção e evangelização pessoal de amigos crentes. Sua vida foi transformada radicalmente. Todos puderam verificar a mudança que se operara em sua vida. Era uma nova criatura, de fato. E todos diziam: É um milagre!

UM MENINO - cresceu e desenvolveu-se normalmente, no lar, na Escola Dominical, na Igreja; nunca se perdeu no mundo; não se tornou desonesto, nem mentiroso, nem bêbado, nem imoral, nem egoísta, nem avarento. Pela Graça e poder de Deus, permaneceu na salvação sem estas experiências dolorosas. Aos quatorze anos de idade, aceitou a presença de Jesus Cristo e de seu amor em sua vida, tornou-se membro da Igreja e dedicou sua vida ao desenvolvimento do Reino de Deus, servindo a Cristo e ao próximo. Infelizmente poucos viram nisso um milagre. Mas eu digo: é um tremendo milagre!

A ESCOLA DOMINICAL existe justamente para ser usada por Deus para desenvolver na pessoa estes dois tipos de milagres.

Todavia, é o segundo que está ligado mais diretamente ao seu trabalho.

Ela orienta e discípula as crianças, jovens e adultos no caminho do Senhor Jesus.

Aos adultos, jovens, juvenis e crianças a Escola Dominical proporciona condições de:
a) Conhecerem ao Deus Trino e seu amor presente em Cristo.
b) Aceitarem e experimentarem esse amor, deixando Jesus ser o Salvador e Senhor de suas vidas.
c) Crescerem no conhecimento, na convivência e na experiência pessoal com Deus.
d) Responderem ao amor de Deus devotando seu amor a Ele, através de sua consagração e serviço ao Seu Reino e ao próximo.
e) Prepararem-se e desenvolverem-se como servos de Deus, discípulos e testemunhas de Jesus, instrumentos do Espírito Santo, cristãos cidadãos do Reino, povo e Igreja de Deus.




A ESCOLA DOMINICAL existe para servir e educar cristamente a todos, de todas as idades. Todos precisam crescer no conhecimento de Deus e de seu amor.

Samba em prelúdio (Baden Powell e Vinícius de Moraes)


Eu sem você não tenho porquê
Porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz, jardim sem luar
Luar sem amor, amor sem se dar

Em sem você sou só desamor
Um barco sem mar, um campo sem flor
Tristeza que vai, tristeza que vem
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém

Ah, que saudade
Que vontade de ver renascer nossa vida
Volta, querida
Os meus braços precisam dos teus
Teus braços precisam dos meus

Estou tão sozinho
Tenho os olhos cansados de olhar para o além
Vem ver a vida
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém

O publicitário


Publicitário não come, degusta o produto.
Publicitário não cheira, sente a fragrância.
Publicitário não toca, examina o design.
Publicitário não dá a resposta, cria outra pergunta.
Publicitário não conquista, persuade.
Publicitário não tem destino, tem target.
Publicitário não ouve barulho, ouve ruído.
Publicitário não fala, envia mensagem verbal.
Publicitário não procura endereço, procura praça.
Publicitário não escuta, decodifica a mensagem.
Publicitário não tem idéia, tem brain storm.
Publicitário não recebe resposta, recebe feedback.
Publicitário não tem memória, tem repertório.
Publicitário não lê, decifra o código textual.
Publicitário não pergunta, faz pesquisa.
Publicitário não ouve música, ouve trilha sonora.
Publicitário não tem lista, tem mailing.
Publicitário não copia, se inspira.
Publicitário não vê outdoor, vê mídia exterior.
Publicitário não dirige, faz test-drive.
Publicitário não falece, apenas seu ciclo de vida chegou ao fim.

Intimidade (José Carlos Ary dos Santos)


A minha velha casa
Por mais que eu sofra e ande
É sempre um golpe de asa
Varrendo um campo grande.

Aqui no meu País
Por mais que a minha ausência doa
É que eu sei que a raiz
De mim está em Lisboa.

A minha velha casa
Resiste no meu corpo
E arde como brasa
De um corpo nunca morto.

A minha velha casa
É o regresso à procura
Das origens da ternura
Onde o meu ser perdura.

Amiga Amante
Amor distante
Lisboa é perto
E não bastante
Amor calado
Amor avante
Que faz do tempo
Apenas um instante
Amor dorido
Amor magoado
E que me dói no fado.
Amor magoado
Amor sentido
Mas jamais cansado
Amor vivido
Meu amor amado.

Um barco é a tristeza
Um outro é a saudade
E as minhas mãos abertas
São o chão da liberdade.

A casa a que eu pertenço
Viagem para a minha infância
É o espaço em que eu venço
É o tempo da distância.

E volto à velha casa
Porque a esperança resiste
A tudo quanto arrasa
Um homem que for triste.

Lisboa não se cala
E quando fala é minha chama
Meu castelo e minha Alfama
Minha pátria e minha cama.

Ai! Lisboa como eu te quero!
É por ti que eu desepero!

Amanhece (Ronan Boechat de Amorim)


Neste dia de prata
com estrelas de ouro
hás de coroar teu corpo
e fazer desta grandeza
uma tímida galáxia.

Eu, teu jovem anjo sem asas,
abrir-te-ei meu riso,
dar-te-ei meu peito
e toda a tua luz
acordará meu sonho,
acordará meu ser,
acordará meu tempo!

Nada sobrará, nada
faltará a nosso anseio,
e estaremos tão calmos,
tão certos, tão humanos,
como anoitecendo.

Amanhece.
Amanheço em ti, pensando.
Amanheço, em ti pensando.
Sentes.
Amanheço.
Amanheces.
Amanhecemos.

E nossos olhos se olham
contemplando o milagre desse dia,
desse encontro,
desse amanhecer.
Nossas vidas riem
na segurança quente de um abraço rente.

Então caminhamos,
ombro a ombro no passo a passo.
Um horizonte de pontes e beijos se estende
por nossos corpos entrelaçados
de afeto, de perfume,
de noite vivida às claras.

Dia ou noite lá fora,
não sabemos.
Apenas num jogo
de luz e riso
e silêncio
nos embalamos.
Se o sol nasce, se o sol desce,
num gozo imenso
adormecemos
onde corremos, onde voamos,
não sabemos;
sonhamos, sonhamos.

O telegrama do Juvenal!

O Juvenal tava desempregado há meses.
Com a resistência que só os brasileiros têm o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista.
Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:
- Qual foi seu último salário?
- 'Salário mínimo', respondeu Juvenal.
- Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês!
- Jura?
- Que carro o Senhor tem?
- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão!
- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero!
- Jura?
- O senhor viaja muito para o exterior?
- O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns parentes...
- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, etc.
- Jura?
- E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!
Juvenal saiu do escritório radiante.
Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama.
Sexta-feira mais feliz não poderia haver.
E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas.
Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música.
Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto.
Às 9 horas da noite a festa fervia.
A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.
Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero...
A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal.
E a banda tocava!
E o chope gelado rolava!
O povo dançava!
Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro.
Gastara horrores para o bairro encher a pança.
Tudo por conta do primeiro salário.
E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.
Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos... Vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela...
Era do Correio!
A festa parou!
A banda calou!
A tuba engasgou!
Um bêbado arrotou!
Uma velha peidou!
Um cachorro uivou!
Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?
- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.
- Joguem água na churrasqueira!
O chope esquentou!
A mulher do Juvenal desmaiou!
A motoca parou!
O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:
- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
- Si, si, sim, so, so, sou eu...
A multidão não resistiu...
OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!
E o cara da motoca:
- Telegrama para o senhor...
Juvenal não acreditava...
Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para todos.
Silêncio total.
Não se ouvia sequer uma mosca!
Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama.
Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.
Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.

O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:
- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?
Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...

Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico.
- Mamãe morreeeeuuu! Mamãe morreeeeuuu!!!!!!!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O amor ao próximo é o caminho para Deus




A grande revolução operada por Jesus na espiritualidade foi justamente inverter os pólos: não são os nossos méritos que nos tornam mais próximos de Deus, e sim nossa capacidade de nos fazer mais próximos de nossos semelhantes e nos abrir ao amor gratuito de Deus.

A dura vida de quem bebe guaraná (João Ubaldo Ribeiro)


Todo mundo, pelo menos todo mundo com quem converso, sabe que tive problemas com álcool e, de certa forma, sempre terei, porque ele é meu inimigo permanente. Saiu até minha cara toda inchada na capa de uma revista, apareci igualmente inchado e meio bêbedo num programa de tevê em que eu era o assunto e, quando ia falar no sofrimento que estava enfrentando, as luzes se apagaram. Todo mundo, do Bial, que me entrevistava, ao pessoal da equipe, ficou impressionado, há quem até hoje ache que foi intencional. E as pessoas não se esquecem do passado, mas são gentis, ao se referirem ao assunto.


— E a saúde, como vai? — indagam sempre, me dando um olhar de avaliação.

A pergunta é a forma codificada de saber se eu continuo um pau-d’água e é num clima de alívio e satisfação (desgosto somente nuns poucos) que ressoa minha resposta de que a saúde vai bem. Belas notícias e, aliás, minha aparência está muito boa, estou uns dez anos remoçado. Alguns, talvez em maior número do que eu penso, não acreditam, mesmo porque compareço ao boteco com regularidade todos os sábados e domingos. Faço parte de uma roda de chopistas de responsa, alguns raros uisquistas leves e um solitário cachacista, sofisticado e morigeradíssimo, que bebe um copinho somente e nem todo fim de semana. O pessoal manda ver e eu também, só que guaraná diet. No meu copo parece que tem uísque, porque o guaraná é com gelo e sem aquela abominável rodela de laranja que aqui no Rio resolveram que acompanha obrigatoriamente guaraná.

Poderia dizer, para valorizar meu comportamento, que faço um esforço de vontade para resistir ao álcool, mas não faço. Creio que sei o que houve comigo, mas tenho certeza de que não estou sendo egoísta, ainda mais em assunto tão sério quanto este, quando digo que foi por uma via muito pessoal, que na verdade não posso dividir com ninguém, ou quase ninguém. O fato é que, tendo passado quase toda a vida adulta centrado de alguma forma no álcool, com tudo de prazeroso de uma forma ou de outra ligado à bebida, embora negasse minha condição de alcoólatra até que fui forçado a reconhecê-la, não sinto falta dele. Não faço, honestamente, força para não consumi-lo. Simplesmente não quero mais, é como se meu corpo e meu espírito o rejeitassem — quem quiser que explique como quiser.

Sempre procurei evitar hipocrisia e recusei-me a agir hipocritamente em relação ao problema. Falei nele abertamente, dividi minha experiência com outros doentes e suas famílias, que também costumam passar o diabo por causa deles. Internei-me para tratar-me em regime, digamos, carcerário, freqüentei os Alcoólicos Anônimos, fui a uma clínica no interior de São Paulo, submeti-me a tratamento psiquiátrico, vivi um pesadelo horrendo. Mais ou menos oito anos, com um de abstinência intercalado, após o qual pensei, burramente, tornar-me um “bebedor social”, resolução que só subsistiu por algumas semanas. Cheguei a ter pancreatite e quase morrer — quinze dias numa unidade de tratamento semi-intensivo e mais cinco de hospital comum. Depois disso tudo, ainda continuei a enfiar o pé na jaca, até que, um belo dia, me veio a graça — só posso usar esta palavra — e, ao amanhecer, pensei que ia tomar a talagada habitual já às seis horas da manhã e não tomei, perdi de vez a vontade. Ou, pelo menos, perdi até hoje e não penso em voltar a beber nada, me dá até uma certa repulsa. Isto, é claro, não se estende à bebida dos outros, nem mesmo à dos bebedores extremados, contanto que não fiquem chatos ou agressivos. Só deixei de dar entrevistas sobre o assunto quando me transformaram numa espécie de alcoólatra-padrão e bastava alguém embriagado envolver-se numa encrenca para um repórter querer me entrevistar. Tive que passar a responder que não era o Pinguçólogo Geral da República e fossem procurar outros.

Para mim, a vida ficou extraordinariamente melhor. Quem pode beber, sabendo desfrutar do que a bebida tem de bom e sem permitir que ela lhe seja ruinosa, que beba. Eu não posso e tenho a felicidade de não me ressentir disso. Mas a fama criada é difícil de erradicar e, como eu disse, tem muita gente que não acredita. Às vezes é meio chato. No boteco mesmo, um cavalheiro desconhecido passou certa feita por minha mesa, me viu tomando meu guaraná e declarou que me admirava porque, diabético como eu (não sou diabético, nem pareço ter tendência), ele também bebia o uísque dele à vontade. Respondi que era guaraná e ele, para provar que eu sou um farsante, enfiou o nariz no meu copo, fazendo uma caprichada lavagem nasal, que me obrigou a pedir outro, porque tenho objeções a ingerir lavagem nasal.

Em outros ambientes é freqüente que aconteçam coisas parecidas e, faz poucos dias, numa festa, quase tenho de brigar porque um convidado não se conformava que eu estivesse bebendo guaraná e outro insistiu que eu tomasse pelo menos um vinhozinho, quando eu recuso até bombom recheado de licor ou sorvete de passas ao rum. E sofro um pouco com outras coisas, porque, nas raras festas a que compareço, não só os garçons costumam estranhar que eu peça guaraná, como o servem na mesma bandeja meteórica em que trazem o uísque dos companheiros. O resultado é que os outros passam um tempão bebericando e eu consumo minha dose homeopática de guaraná em no máximo cinco minutos, tendo que realizar verdadeiras expedições para conseguir outra. Agora tomei uma providência. Vou a festinhas levando um pacote de latas de guaraná, que conservo a meu lado e consigo acompanhar as libações alheias de forma abstêmia e farta. Não é fácil fugir da norma, mas a gente, com inventividade e persistência, consegue. Brindemos.


_____________________________________________________________
Foto: A ilustração desse texto é cena do filme “Língua - Vidas em português”, de Victor Lopes, em que aparecem João Ubaldo, Clóvis e este editor, Paulo Afonso, no boteco “Flor do Leblon”, em 2001.

O bêbado João ou porque João bebia (Ronan Boechat de Amorim)


Outro dia conheci o Bêbado João.
Não importa onde.
Nem mesmo se o conheci.
Mas ele era João. Existe.

Perambula pelas eiras das ruas
numa noite escura de estrelas.
Fomos juntos num bar
pra afogar as nossas tristezas,
não num copo de cachaça,
mas num copo duplo de suco natural
de ameixa com pêssego
(pra ser diferente!).

João me contou sua paixão
e vida de morte,
sua sofrida infância pobre,
adolescência solitária
e a desgraça de sua juventude.

Trabalhou como vendedor ambulante,
biscateiro,
ajudante de pedreiro, pedinte de esmola.
Trabalhando sub-empregado
ganhando de salário mínimopra baixo,
sem carteira assinada,
sem direitos trabalhistas.
E agora, desiludido da vida,
perdendo a mesma vida
como desempregado.

Ah! Os velhos tempos...
A mulher lavava roupra pra fora.
O filho sem poder estudar, trabalhava,
ora como engraxate, ora como vendedor de picolé.
A filha cacula morreu raquítica
também na falta de cuidados médicos.
E a mais velha, cuidando de si mesma,
fugiu com um traficante.
Teve ainda a história do filho do meio
morto por uma bala perdida
durante um tiroteio de quando a polícia invadiu o morro.

No seu desespero,
a mulher se suicidou
naquele sábado de aleluia,
enquanto João, caído de bêbado
e dor,
malhava o Judas
na calçada de um botequim.

Agora João era Bêbado...
Melhor dizendo:
agora João nem era mais.

Enquanto pranteava sua história
e desesperança desatinada
João quase sorria
e foi entre um silêncio e outro
que descobri porque João bebia.

Ele era bêbado de falta de vida,
e por desconfiar
que isso não é normal.
João sofreu e pensou,
pensou e sofreu.
Pra não pensar e sofrer mais
é que João bebia.

O João continua.
Sempre está por aí
sofrendo, perto ou longe de mim,
e eu o reconheço em muitos João
embriagados de sofrimento
pçelos muitos caminhos
dessa nossa vida que devia ser festa,
mas que para muitos é peso e choro,
e tão cheia de calçadas.

Humanizar a humanidade praticando a proximidade (Pedro Casaldáliga)



Comunicação de Pedro Casaldáliga
na recepção do Premi Internacional Catalunya 2006.
Benvolgut President de la Generalitat, Pasqual Maragall, el meu President.
Benvolguda Sra. Diana Garrigosa.
Benvolguda comitiva de la Presidència i del Jurat del Premi Internacional
de la meva Catalunya.

Querido irmão Leonardo.
Queridas irmãs e irmãos.
É muita deferência do Governo da Catalunha e do júri vir até São Félix do Araguaia para entregar-me o seu Prêmio Internacional. Eu fico constrangido, por isso e porque este Prêmio está associado a personagens extraordinárias da filosofia, da ciência, das artes, da promoção social. E eu continuo a ser um “fill de Cal Lleter”, um “filho da casa do leiteiro”, de Balsareny, à beira do Llobregat, um córrego nanico posto ao lado deste Araguaia majestoso.

Esta deferência da Generalitat é motivo a mais para minha gratidão, recebendo o Prêmio, e para renovar na velhice a identidade catalã com os seus carismas. “Quan més anem, més tornem”: avançando na vida, a gente regressa às origens; o arco das vivências se fecha em paz. Novo motivo também para reassumir as causas pelas quais, diz o júri, me outorgam, nos outorgam, este galardão singular.

As causas dos direitos das pessoas e dos povos, sobretudo das pessoas e povos marginalizados e até proibidos. Causas minhas, mas causas de todos nós, causas desta pequena igreja de São Félix do Araguaia, que por elas já deu suor e até sangue. Causas especificamente da Nossa América: a terra, a água, a ecologia; as nações indígenas; o povo negro; a solidariedade; a verdadeira integração continental; a erradicação de toda marginalização, de todo imperialismo, de todo colonialismo; o diálogo inter-religioso e inter-cultural; a superação desse estado de esquizofrenia humana que é a existência de um primeiro mundo e um terceiro mundo (e um quarto mundo também) quando somos um só mundo, a grande família humana, filha do Deus da vida.

Sendo a primeira vez que se outorga o Prêmio a um morador da América Latina, eu, abusando de ousadia sentimental, faço questão de recebê-lo também como “representante adotivo” da Nossa América. Meu vizinho de Verdú, São Pedro Claver, apóstolo dos negros na Colômbia, e meu vizinho de Sallent, Santo Antônio Maria Claret, fundador da minha congregação e arcebispo de Santiago de Cuba, abençoarão sem dúvida esta ousadia.

Nós, como Igreja, logicamente, abraçamos essas causas à luz da fé cristã, no encalço de Jesus de Nazaré e do seu Evangelho: o Evangelho dos pobres, o Evangelho da libertação.

O Premi Internacional Catalunya 2006 é nosso, povo meu da Prelazia de São Félix do Araguaia, nossa é a gratidão à Generalitat, nosso deve ser o renovado compromisso. A dança maior da Catalunha é a sardana, ciranda em comunhão de um povo inteiro dando-se as mãos. Na Prelazia, a coresponsabilidade é a nossa dança de celebração e de compromisso. Juntos temos lutado, juntos recebemos o Prêmio, juntos seguiremos respondendo.

O objetivo e a mediação de todas essas causas nossas podem-se formular neste postulado: Humanizar a Humanidade, praticando a proximidade. É uma utopia?. O Evangelho é uma utopia maior!. Adaptando a palavra do poeta, intitulei assim a minha última circular: “Utopia necessária como o pão de cada dia”. Não a utopia quimérica que aportaria a um “não-lugar”, mas um processo esperançado que navega para um “lugar-outro”, um “bom-lugar”, eu-topia! Porque não aceitamos a fatalidade desse sistema de capitalismo neoliberal que nos impõem, feita mercado a vida, quadradas as cabeças num pensamento único, sob um macro-imperialismo político, econômico, militar,
cultural.

“É preciso reinventar uma economia da convivência”, pedia Edgar Morin, recebendo este mesmo Prêmio em 1994. O povo guarani fala da “economia da reciprocidade”. E o pequeno povo myky, neste Mato Grosso, proclama como um de seus dogmas fundantes que “viver é conviver”. Sem prepotências, sem exclusões. Todas e todos sendo reconhecidos como gente na radical dignidade da “raça humana”. Os povos indígenas, normalmente, em sua autodenominação se classificam como “gente”, “humanidade”; depois vem o sobrenome, a designação particular de cada povo, de cada cultura, de cada história. Identidades coletivas que configuram a Humanidade una e plural. A globalização atual, com todos os seus pecados, graves, tem por contrapartida a virtude de fazer que hoje, como nunca, a Humanidade se sinta “una”. Estamos descobrindo, por necessidade, que navegamos no mesmo barco. “O choque de civilizações” ou “a aliança de civilizações” são a alternativa inevitável. Como agora nos encontramos todos com todos, devemos optar ou por chocar uns contra os outros, na intolerância e na agressão, ou por nos abraçarmos na compreensão e na complementaridade.

“As nações são conteúdos, não fronteiras” afirma Baltasar Porcel, na apresentação dos discursos dos galardoados com o Premi Internacional Catalunya. Muros, “vallas”, cercas, leis de intolerância, não são a solução humana. Os “bárbaros do sul” acabarão rompendo as fronteiras da separação. “A fome não tem fronteiras”, gritava o sobrevivente de uma “patera” africana. Esses novos bárbaros acabarão invadindo o chão, a casa, a mesa, a alma dos privilegiados de um mundo primeiro: primeiro em esbanjamento; primeiro em insensibilidade?

A mais essencial tarefa da Humanidade é a tarefa de se humanizar. Humanizar a Humanidade é a missão de todos, de todas, de cada um e cada uma de nós. A ciência, a técnica, o progresso, somente são dignos do nosso pensamento e das nossas mãos se nos humanizam mais. Frente a certos alardeados progressos, as estatísticas anuais desse profeta laico que é o PNUD deveriam provocar em nós uma indignada vergonha.

“Outro mundo é possível”, proclamam os fóruns da alternatividade. Outro mundo é necessário. “Tornar real o possível” é o título do último livro do economista e educador Marcos Arruda: “Uma reflexão criativa e propositiva sobre economia..., a práxis já em marcha de outra economia fundada na cooperação e na solidariedade e a antevisão de uma outra globalização, que valoriza cada pessoa, cada cultura e cada povo, buscando um projeto comum de Humanidade a partir da valorização e da complementaridade das diferenças”. O Secretário Geral do Conselho Mundial de Igrejas, Pastor Samuel Kobia, resumia assim o tema e o propósito da IX Assembléia do Conselho, realizada em Porto Alegre, neste mês de fevereiro: “Transformar o mundo juntos”. O pequeno mundo do próprio coração, do próprio lar, da vizinhança, e o grande mundo da política e da economia e das instituições internacionais. Outra ONU é possível e necessária...

Já é consenso universalizado que só haverá paz no mundo se há paz entre as religiões. E que só haverá paz entre religiões se há diálogo entre as religiões. Um diálogo inter-religioso, porém, que seja gerador de Humanidade. Porque não se trata de sentar as religiões numa tertúlia narcisista e asséptica fora do mundo real da pobreza, da fome, da guerra, do racismo, da marginalização, do medo. O conteúdo axial desse diálogo inter-religioso há de ser também humanizar a Humanidade, em nome de Deus. Nosso João Maragall, o grande poeta humano-humanista da Catalunha, formulava lucidamente um pressuposto de toda fé religiosa:

“Home sóc i és humana ma mesura
per tot quant pugui creure i esperar”

(“Homem sou e é humana a minha medida
para tudo quanto eu possa crer e esperar”).

Para a nossa fé cristã o próprio Deus se encaixou na medida humana do homem Jesus de Nazaré. Infelizmente, durante séculos, e ainda hoje, as religiões vêm sendo, com demasiada freqüência, fundamentalismo, divisão e até guerra. É hora de crer em plural unidade no Deus da vida e do amor e de praticar a religião como justiça, serviço e companhia. Um Deus que separa a Humanidade é um ídolo mortífero.

Essa tarefa primordial e comum de humanizar a Humanidade se faz praticando a proximidade. O Evangelho de Lucas (Lc 10, 25-37) nos oferece a parábola paradigmática para essa práxis humanizadora. O mestre da lei responde corretamente à pergunta de Jesus sobre os mandamentos. Sabia o catecismo, pelo menos em sua letra. Mas “para justificar-se” o doutor da religião pergunta por sua vez: “E quem é o meu próximo?”. A resposta de Jesus é desconcertante e provocadora; para o doutor da lei, para todo o povo que ouve “naquele tempo” e também para nós que a escutamos hoje, aqui. Próximo é aquele ou aquela de quem eu me aproximo, e por primeiro os tombados no caminho, as pessoas à margem, as mulheres violentadas e submetidas, os emigrantes suspeitos, os estranhos de quem prefiro nem saber, ocupado como estou nos meus negócios ou talvez com o meu culto...

Eu me devo fazer próximo descobrindo o próximo, buscando-o, acolhendo-o, dando e doando-me em serviço dele. Sem fazer “acepção de pessoas”. Sem medo de me contaminar com um samaritano heterodoxo.

Somente amo ao próximo na medida em que saio, livre, aberto, solidário, ao encontro do próximo, aproximando-me dele, aproximando-o de mim.

Não se humaniza a Humanidade com máquinas e formulações (úteis a seu tempo e com o devido modo), mas com a aproximação humana de cada um e cada uma, de cada pessoa e de cada povo. Humanizar a Humanidade praticando a proximidade. A Teologia da Libertação tem nos recordado que a verdadeira ortodoxia se verifica na ortopraxis. O próprio ser de Deus “consiste em estar amando”, nos diz no Novo Testamento a primeira carta de João (Jo 4,8.16).

Ter saído da Catalunha, da Espanha, da Europa, passar por África e vir morar definitivamente neste brasileiro Mato Grosso desta Nossa América me tem universalizado a alma. E o contato apaixonado com a causa indígena e a causa negra tem me ajudado a redescobrir a identidade das pessoas e dos povos como alteridade e como complementaridade. Aproximar-me “do poder dos sem poder” (Václav Havel), na opção pelos pobres, no movimento popular, nas comunidades eclesiais de base e nas pastorais sociais, despertou-me definitivamente para a indignação e o compromisso; e também para a esperança.

Agradecendo de coração este Premi Internacional, quero pedir a minha Catalunha que continue sempre aberta ao mar; que, do alpendre da casa solarenga (des de l’eixida pairal), se abra sempre mais ao infinito mundo. Dentro e fora de casa; com “els altres catalans” e com os emigrantes que vão chegando e com toda a Humanidade. Sendo ela, livre, justa, humanizada e fazendo-se proximidade de todos os povos da terra. “La clau i la lletra” da escultura do mestre Tàpies é também uma parábola de abertura e de comunicação; chave para abrir, letra para falar.

Humanizemo-nos sempre mais, humanizemos sempre, praticando a proximidade.

Obrigado.
Pere Casaldàliga
São Félix do Araguaia, 9 de março de 2006

Retificação (Pedro Casaldáliga)



Saber esprar, sabendo
ao mesmo tempo, forçar
as horas daquela urgência
que não permite esperar...

Pobreza Evangélica (Pedro Casaldáliga)


Não ter nada.
Não levar nada.
Não poder nada.
Não pedir nada.
E, de passagem,
não matar nada;
não calar nada.
Somente o evangelho, como uma faca afiada.
E o pranto e o riso no olhar.
E a mãe estendida e apertada.
E a vida, a cavalo, dada.

E este sol e estes rios e esta terra comprada,
como testemunhas da Revolução já estalada.

E mais nada!

Evangelizar servindo à comunidade


Esse bem poderia ser o lema de cada cristão e de cada igreja local, expressnao uma nova, coerente e abrangente visão da evangelização (Mt 13:23).

Evangelizar é o chamamento para uma nova vida. Uma nova vida para as pessoas, famílias e comunidades. Uma nova vida numa experiência pessoal, familiar e comunitária com Jesus. E uma experiência sempre nova de plenitude e dos do Espírito Santo (Mt 26:18-20; 1Jo 2:28-29; At 19:1-6).

Uma nova vida em Cristo é:
- o compromisso com uma congregação e missão (igreja) local no cumprimento do mandato divino de proclamar a Boa Notícia do Reino de Deus (Mt 18:20; At 10:23-25; Lc 12:8-9; 1Jo 1:7; Mc 1:14-15);

- a participação e envolvimento ativo e operoso na solução das necessidades de trabalho, saúde, alimentação, moradia, educação, água, luz, saneamento básico e lazer que o podo tem em cada bairro e comunidade (Lc 7:22-23; Mt 25:3146; At 2:47; Tg 2:14-26).

- a solidariedade ativa e cristã em toda atividade que busque a justiça social, conforme é vontade de Deus (Rm 8:20-23; Lc 22:24-26; Mt 7:21-23; At 18:1-2).

Nossa tarefa é construir uma igreja nova, popular, latino-americana, pentecostal (carismática), missionária, ecumênica, dinâmica, operosa, consagrada e solidária com todas as lutas em prol da vida abundante (cf. Jo 10:10b) que Deus deseja para todo o povo.

Vivendo assim, estaremos seguindo todos os dias e em todo lugar os passos do Rei dos reis, Senhor dos senhores, Jesus Cristo, nosso Salvador.

Que Deus nos abençoe, e que em nossas igrejas locais e no bairro onde está cada igreja e onde nós moramos, nós homens e mulheres estejamos a viver a nova vida e a evangelizar servindo à comunidade no nome e por amor de Deus (1Co 15:57-58).

Que nosso Deus nos abençoe e fortaleça.

____________________________________________________________
Texto extraido da capa do então boletim Avante, órgão informativo da Igreja Metodista na I Região Eclesiástica (RJ-Brasil), ano 15, edição nº 6 publicada em dezembro de 1989.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A Criação (Gláucia Mendes Oliveira Silvestre)




No começo não havia nada! Era tudo escuro. Então, Deus teve uma boa idéia! Ele falou: “Haja luz” e a luz apareceu. Deus ficou feliz. Ele deu um nome para a luz e um nome para a escuridão. Chamou a luz de dia e a escuridão de noite. Este foi o primeiro dia da criação.

No segundo dia, Deus resolveu separar as águas. Colocou um bocado para cima e um bocado para baixo. As águas que ficaram em cima, Deus chamou de céu, e as águas que ficaram embaixo, Deus chamou de mares.

E no terceiro dia? No terceiro dia, Deus teve outra idéia: Ele resolveu ajuntar as águas que estavam debaixo do céu num só lugar, dividindo as águas da terra seca. Deus gostou muito desta idéia e continuou criando muitas coisas. Então resolveu encher a terra de árvores que dão frutas e muitas outras plantas. A terra estava muito bonita!

Puxa, quanta coisa linda Deus estava criando! Ele também fez o dia e a noite. Para iluminar o dia, criou o sol e para enfeitar a noite, criou a lua e as estrelas. Isso aconteceu no quarto dia. Deus olhou para a criação e viu que tudo isso era bom!

No quinto dia, Deus olhou para o céu e para os mares e teve outra idéia: criou várias aves para voarem no céu e peixes grandes e pequenos para viverem nas águas.

Tudo estava ficando muito bonito! Deus estava tão feliz que continuou a criar coisas maravilhosas. No sexto dia, ele criou todo o tipo de animais: domésticos, selvagens e também os animais que se arrastam. O mundo estava tão diferente do começo! Deus pensou, pensou e viu que seria muito bom se alguém pudesse tomar conta de sua criação. Mas quem poderia fazer isto? Seria o leão? Ou o elefante? Ou o jacaré? Ou a gaivota? Quem poderia ajudar a cuidar de um mundo tão bonito como este? Foi aí, então, que Deus criou o homem e a mulher. O homem Ele chamou de Adão e a mulher, de Eva. Deus ficou muito satisfeito com toda sua criação. Então, Deus resolveu tirar o sétimo dia para descansar, pois sua criação estava completa.

A convocação e o distintivo


(Autoria desconhecida)

Quando Jesus começou o seu trabalho, lá na Palestina, há quase 2000 anos, ele viu que tinha tanta coisa para fazer que precisava de ajudantes. Precisava de uns poucos para começar e depois todos que aceitassem os seus ensinos e a sua proposta seriam chamados.

Jesus queria trabalhar para construir o Reino de Deus. Não um reino com terras, palácios, rei com coroa e poder. Mas um reino que estaria em qualquer lugar e onde as pessoas vivessem com justiça, misericórdia, alegria e paz. Jesus queria muito este Reino. Todos seriam iguais, todos se ajudariam e teriam um jeito muito melhor de viver.

Este era um grande trabalho. Jesus não poderia e não queria fazer tudo sozinho. Então Ele resolveu: “Vou chamar alguns homens para começar meu grupo de trabalhadores do Reino...” Assim fez.

Caminhando na praia do Mar da Galiléia viu dois homens lavando suas redes. Era pescadores. Pedro e seu irmão André. Trabalhadores, mas sem instrução, pobres. Não faz mal, pensou Jesus. No meu Reino tem lugar para pessoas como eles. Aproximou-se e convidou:
- Venham comigo e vocês serão “pescadores de homens”... Eles olharam para Jesus, e prontamente, deixaram as redes e o seguiram.

Jesus andou mais e encontrou Tiago e João. Também pescadores. Convocou. E eles aceitaram a convocação.

Mais tarde Jesus passou na coletoria e viu Mateus cobrando impostos. Jesus o chamou. Mateus aceitou o convite e foi com Ele. Jesus chamou outros. De outras profissões, mas pessoas simples e desconhecidas. Fez um primeiro grupo de doze e começou a ensiná-los como deviam viver, como deviam ajudar as pessoas e como deviam chamá-las também para ajudar na construção do Reino de Deus. Homens e mulheres aceitaram o convite e seguiram Jesus, por três anos aprendendo suas lições, vendo como Ele fazia. E Jesus os mandava treinar, isto é, fazer o trabalho de ajudar pessoas a conhecer o amor de Deus e a desejarem participar do seu Reino. E eles foram aprendendo... praticando e aprendendo.

Jesus e sua turma andavam de cidade em cidade , de aldeia em aldeia fazendo o trabalho do Reino. Tiveram muitas experiências juntos. Jesus só mandava que eles fizessem coisas que Ele mesmo, Jesus fazia. E eles foram aprendendo...
As vezes eles cometiam erros, mas Jesus tinha paciência pois eles estavam aprendendo. Às vezes Jesus ralhava com eles como no dia em que eles não queriam deixar as crianças chegarem perto. Aí Jesus zangou com eles e lhes disse que as crianças eram até modelo das pessoas do Reino...

Jesus ficara preocupado se eles iam se desentender e brigar um com o outro. Então, Jesus os ensinava sobre o perdão, o respeito que deviam ter e, principalmente, que ninguém quisesse ser maior que o outro. O grupo de Jesus foi crescendo. Ele convocava todos. Aceitava todos: homens fortes, doentes e mulheres e crianças.
Eram muitas lições. Um dia, Jesus resolveu juntar todos os ensinos, mandamentos em um só. Era um, fácil de guardar. Assim eles não esqueceriam. Todos os outros mandamentos viriam deste. E Jesus disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”. E Jesus ainda reforçou: o Amor deverá ser um distintivo para vocês. Se tiverem este distintivo, todos saberão e dirão: “São seguidores de Jesus!”

Versículo para decorar: “Disse Jesus: se tiverem amor uns pelos outros todos saberão que vocês são meus seguidores” (João 13.3)

A coisa mais importante (Phillys Reily)



“Qual a coisa mais importante na vida?” Shun perguntou a Pling enquanto se escondiam atrás de uma grande pedra no riacho. “É crescer e ficar forte. Assim podemos nos defender. Eu não quero ser o café da manhã para os predadores daqui”, respondeu Pling com os olhos arregalados.

Shun e Pling eram dois peixes salmões que faziam parte de um cardume de milhares de outros peixes que nasceram na água rasa de um rio do Alasca. Shun e Pling nasceram completamente indefesos e vulneráveis, porque eram providos de uma grande bolsa, maior do que o próprio corpo, que limitava seus movimentos. Essa bolsa tinha a gema que lhes serviria de alimento até tornarem-se maiores. Por causa disso tinham que se esconder entre as pedras do riacho.

Enquanto conversavam ali, atrás da pedra, apareceu um grande urso procurando alimento à beira do rio. Mas ele não se interessou por peixinhos tão miudinhos. Preferiu aguardar a passagem de peixes bem mais encorpados.

Certo dia, um ano mais tarde, Shun e Pling perceberam que não dava mais pra ficar ali no riacho. Estavam fortes, gordos e tinham muita energia. Os dois salmões, junto com seus irmãos e irmãs, primos e primas, desceram o rio, rumo ao mar.

“O que é a coisa mais importante na vida?” Shun perguntou de novo a sua amiga Pling, enquanto nadavam alegremente. “Pular, saltar, brincar”, respondeu Pling, animada e com convicção. “Agora vamos para o mar onde teremos muito espaço para viver.” Mas as suas aventuras estavam apenas começando; as águas tornaram-se mais velozes e agitadas. Como era descida, não havia tanto problema, era só prestar atenção para não esbarrar nas rochas.

E como é que um peixe nascido em água doce pode viver no mar, que é de água salgada? Shun e Pling não tinham que se preocupar com estes detalhes, pois sabiam que Deus tinha um plano para suas vidas. Ele programou um jeito que permitia uma mudança no aparelho respiratório do salmão. Logo que um salmão entra no mar transforma-se em peixe de água salgada.

Shun e Pling ficaram maravilhados com a imensidão do mar. Pulavam e nadavam com uma nova força e energia, contentes com o novo ambiente. Mas logo enfrentaram outros desafios. Os grande espaços do mar não serviam apenas para brincar e pular. Os inimigos e predadores do mar estavam por toda parte e eram muito maiores do que imaginavam. Os esconderijos eram difíceis de encontrar. Eles tinham que contar cada vez mais com a própria habilidade e força para lidar com esta nova vida. Mas dentro deles uma voz os encorajava, dizendo: “Vivam, cresçam, lutem!”, “Cuidado com os tubarões, as iscas, as redes...senão, vocês vão acabar sendo enlatados e mandados para a China, ou até para o Brasil.”

Felizmente, Shun e Pling formaram parte do grupo de salmões que conseguiram sobreviver no grande oceano. E um dia, depois de passados mais de cinco anos, eles sentiram uma coisa estranha dentro de seus corpos. Se alguém tivesse perguntado a eles: “Qual a coisa mais importante na vida?” Shun ou Pling teriam respondido: “É viver e dar vida.” A sua missão estaria completa somente depois do tempo da desova. E para isso teriam que voltar para o mesmo lugar onde haviam nascido.

Mais uma vez os dois peixes se aventuraram pelos rios do Alasca, mas desta vez foi muito mais difícil. Eles eram grandes e fortes, com a capacidade de pular muito mais alto do que o seu próprio comprimento. Mas tinham que subir, não descer, os saltos e cachoeiras. E uma voz baixinha dentro deles os impulsionava, dizendo: “A coisa mais importante na vida é dar vida.” Sem parar para procurar alimento, sem descansar, Shun e Pling nadaram, pularam, saltaram, sempre subindo para chegar ao mesmo lugar onde a sua vida havia começado. Muitas vezes foram levados pelas correntezas, batendo contra as rochas, mas o desejo de chegar no lugar de nascimento e a força e energia eram suficientes para lutar contra todos os desafios.

Com as barbatanas e as nadadoras rasgadas e quebradas, as energias esgotadas, finalmente voltaram para o seu primeiro lar. Imediatamente Pling cavou um buraco na lama, no leito do rio, e botou seus ovos. Em seguida Shun os fertilizou. Depois a fêmea cobriu os ovos com mais lama. Missão cumprida! Os dois, gastos e exaustos, deram um último sinal de vida e morreram.

Mas em dois meses, naquele mesmo lugar, outros peixinhos iam começar o novo ciclo de vida. Shun e Pling tiveram que morrer para que outros pudessem viver.



____________________________________________________________
REFLEXÃO

VIDA!! É o melhor presente que Deus nos deu. Esta vida de Deus está em Jesus Cristo. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a VIDA...Eu vim para que todos possam ter VIDA...” Que adianta possuir tudo neste mundo e perder a sua VIDA?

Quem tem Cristo, tem a VIDA. Bartimeu entendeu quanto vale a vida quando Jesus restaurou a sua vista. A mulher Samaritana, depois do encontro com Jesus no poço, correu para contar aos seus amigos sobre a nova VIDA que ela encontrou em Jesus. Enquanto Jesus viveu na terra, ele se preocupou com a vida das pessoas. Ele curava os doentes, alegrou as crianças, levantou os tristes, deu esperança aos oprimidos. Os discípulos deixaram tudo para seguir Jesus, que é a VIDA do mundo.

Jesus queria que os seus seguidores lembrassem dele e como é importante a VIDA. Ele mesmo foi a Jerusalém, sabendo que teria que morrer na cruz para que todos que o amavam pudessem ter a VIDA eterna. Na última ceia com os seus discípulos, Ele pegou o pão e falou: “Isto é o meu corpo. Comam em lembrança de mim.” O pão representa a VIDA. Ninguém vive sem comer. A nossa vida está em Jesus. Em seguida Ele tomou o cálice e disse: “Isto é o meu sangue dado por vocês. Tomem em lembrança da minha vida dada por vocês.” O povo hebraico acreditava que a vida estava no sangue. O sangue era a base dos ritos religiosos. Por isso ofereceram os animais em sacrifício. Era uma maneira de devolver a Deus a vida que Ele havia dado a todos nós. Deus deu a vida e a vida pertence a Ele.

Mas Jesus ressurgiu da morte; Ele voltou a viver. Ele está presente conosco na Santa Ceia. Presente para dar VIDA a cada um que crê nEle. Por isso, a Santa Ceia é mais do que uma lembrança, é uma alegre comunhão com Jesus ressurreto, VIVO.

A chave da fraternidade




Num certo lugar bem pouco conhecido, há um belíssimo jardim onde reina o amor. Ali, homens, mulheres e crianças vivem em perfeita paz. Cada um executa sua tarefa de acordo com sua capacidade. Ninguém se sente superior aos outros.

Os povos de todas as raças trazem seus presentes ao rei que reside no lindo jardim; sabendo que aquele que os governa com amor fará com que a mais humilde oferta tenha grande valor.

Muitos não residem no jardim, olham através do grande portão, querendo entrar. As paredes são muito altas, e pode-se entrar somente pelo portão que se chama Amor. Não há guarda algum impedindo a passagem, mas o portão tem um cadeado esquisito e maravilhoso ao mesmo tempo

Um dia, certo homem, de cor branca, trouxe uma chave de metal. Ele empurrou todos para o lado, a fim de experimentar sua chave, mas não conseguiu abrir, e partiu tristemente. Então, aproximou-se um outro homem de cor amarela com uma chave muito bonita. Porém, ele também teve que partir sem conseguir abrir o portão.

Aproximou-se um homem de cor bronzeada, e experimentou sua chave preta cheia de pedras preciosas. Mas também não conseguiu abrir o portão. Depois, aproximou-se um homem de cor escura, com uma chave de marfim. Apesar de trabalhar com muita paciência, foi obrigado a desistir, pois não conseguiu abrir o portão. Finalmente chegou um homem de cor vermelha, com uma chave em formato de arco. Mas esta também não serviu no cadeado, e o portão continuou fechado.

Um dia, todos estes homens, alguns mais idosos, outros mais jovens, alguns bem vestidos, outros com vestes simples, alguns com muitos diplomas, outros sem saber ler, procuraram o portão chamado Amor. Vagarosamente, cuidadosamente, cada um se aproximou. Cada um temia o outro, julgando que tão logo um deles abrisse o portão, na certa o fecharia para que os demais não pudessem entrar.
Naquele dia, o filho do rei estava passeando no jardim. Ele sentiu como os homens eram egoístas, não podendo assim alcançar o que queriam.

-Amigos, disse ele, vocês não compreenderam ainda que devem arrumar um jeito de entrarem juntos por este portão? Nenhum de vocês tem o poder de passar sozinho pelo portão chamado Amor. O jardim é mais bonito do que vocês podem imaginar. Procurem juntos um meio pelo qual possam entrar. E posso lhes dizer mais: a chave que abrirá este cadeado é fruto de cuidado, cooperação, respeito, tolerância e serviço.

Quando o filho do rei terminou de falar, olhou para os homens com bondade, e partiu.

O homem branco olhou para a sua chave, e viu que ali estava escrito cuidado; colocou-a nas mãos do homem amarelo, cuja chave trazia escrito Cooperação. Coisa extraordinária aconteceu: as duas chaves fundiram-se numa só.
Mas o milagre final foi realizado quando o homem vermelho juntou a sua chave do respeito, o negro a chave da tolerância, e o de cor bronzeada a chave do serviço.

Quem colocará a chave no cadeado para abrir o portão chamado Amor? - perguntaram os homens ao mesmo tempo. Ninguém se julgava digno de fazê-lo. Então, uma coisa esquisita aconteceu: a própria chave se moveu de mão em mão, unindo-as fortemente, e então todos juntos caminharam para a frente.

O portão se abriu de par em par, como se fosse por mágica.

O homem bronzeado, o homem vermelho, o homem negro, o homem amarelo e o branco correndo e rindo, entraram como irmãos, pelo jardim a dentro, para ali habitarem para sempre.

O rei do jardim tinha a chave que havia aberto o portão como o seu mais precioso tesouro, pois ela significava que os seus filhos da terra haviam aprendido a lição de vida que ele e seu filho haviam procurado ensinar.

__________________________________________
(Extraída de Ensino Eficiente/1979 - Imprensa Metodista)

A Casquinha de Noz


(Autoria desconhecida)

Às vezes precisamos de ajuda? Para quê? E as outras pessoas costumam pedir ajuda à vocês? Que tipo de ajuda?

Hoje nós vamos conhecer alguém que aprendeu uma grande lição sobre servir àqueles que nos cercam. Vamos ver o que ela tem a nos dizer ...

Era uma vez uma casquinha de noz que flutuava nas ondas de um grande lago. O dia estava lindo. O céu estava azul e bem claro, mas a casquinha de noz, de tão triste que estava, não havia notado o sol que brilhava.

- Como eu gostaria de estar agora naquela árvore alta e de folhas verdes em que eu nasci, pensava ela. Lá eu tinha as minhas companheiras, as outras cascas de nozes, e lá eu me sentia orgulhosa por poder proteger a pequenina noz que morava e crescia dentro de mim. Agora estou aqui, jogada na água e já não sirvo para nada.

Enquanto ela ainda estava pensando, as ondas aumentavam e jogavam a casquinha de noz de lá para cá de cá para lá. De repente veio uma borboleta toda branquinha e pequenina e disse:

- Ó casquinha de noz! Que bom eu te encontrar. Estou tão cansada. Deixa-me sentar um pouquinho em cima de ti.

- Pois não. Descansa o quanto quiseres, respondeu a casquinha de noz.

Depois de algum tempo, quando a borboleta já havia ido embora, veio uma abelhinha:
- Zum, zum..., bom dia, casquinha de noz. Eu machuquei uma das minhas asas e não posso voar direito. Posso sentar-me um pouco em cima de ti?

- Pois não, respondeu a casquinha de noz, descansa o quanto quiseres.

Daí a pouco a abelhinha foi embora e disse: - "Zum,zum, até logo e obrigada, casquinha de noz.

Nisso a casquinha foi se aproximando de uma praia onde os meninos estavam brincando com seus barquinhos de vela. Um deles não tinha um barquinho e estava olhando com os olhos tristes para os brinquedos dos outros. De repente viu a casquinha de noz, tirou-a da água e disse: - Que bom que eu te achei. Agora eu posso fazer um barquinho para mim e ele será tão bom quanto os dos outros meninos. E ele fez duas velas brancas de papel de seda e a casquinha de noz passou a ser um lindo barquinho a vela. O menino riu alto de alegria e a casquinha de noz pensou: como é bom ser útil a alguém que precisa da gente!

A Alegoria das Ferramentas (Timóteo B. da Luz)



Aconteceu num lindo dia de verão. Um carpinteiro trabalhava alegremente em sua oficina. Terminado o serviço da manhã, arrumou as ferramentas sobre a banca e foi saiu para almoçar.

A oficina ficou em silêncio. Isto por algum tempo, pois ao verem que não havia ninguém na oficina, as ferramentas começaram a discutir sobre qual delas era a mais importante. Resolveram realizar uma reunião para resolver o assunto. O Martelo ia ser eleito para a presidência da reunião quando o Serrote contrariado começou a reclamar:

- Eu protesto. O Martelo é muito barulhento. Perturba todas as reuniões. Ao invés de ser presidente ele devia se retirar, pois ele não sabe agir sem bater em alguém.

- Se eu tiver que sair da oficina por esta razão, respondeu o Martelo, o Serrote deverá sair também, pois é muito áspero e agudo e, mal ele recebe qualquer pancada, logo começa com aquele barulho irritante.

- Pois bem, se assim é, falou o Serrote, o que se dirá do irmão Arco de Pua? Ele tão inútil que quando acaba de trabalhar a única coisa que se vê é um buraco com um montinho de pó!

O Arco de Pua se levantou e disse:
- Se é vontade de todos que eu me retire, está bem; eu vou embora.

Nisto, a Chave de Fenda tomou a palavra e declarou:
- Se o Arco de Pua precisa sair, acho melhor eu ir também. Contudo, se eu for, acho que a Régua deve sair comigo também. Ela é inoportuna e exigente, quer sempre que todos sejam perfeitos. Anda sempre reclamando que ora somos curtos, ora compridos; ora isto, ora aquilo.

A Régua aprumou-se afalou:
- Está bem, eu sairei. Mas deverá ir comigo a Plaina. Ela, coitada, dá a impressão que faz muita coisa, mas realmente não faz nada. Seu trabalho é muito superficial quando poderia ser um pouco mais profundo.

- Está bem! - retrucou a Plaina. Seja como os senhores desejam. Irei. Mas a Lima deverá sair também, visto que todas às vezes que ela está em atividade, deixa todo mundo arrepiado.

Em meio a toda esta confusão, a porta da oficina se abriu e o carpinteiro veio entrando. Naturalmente, todos se calaram e ele não percebeu nada de diferente. O carpinteiro vestiu seu avental e aproximou-se da banca onde estavam as ferramentas. Tinha perante si a planta de um púlpito, o qual deveria ser usado mais tarde para a pregação da Palavra de Deus. Logo se pôs a trabalhar pegando a Régua e, em seguida, o Serrote, e usando-nos para fazer seu trabalho. Usou também o Martelo, o Arco de Pua e a Chave de Fenda. Trabalhou muito tempo com a Plaina em sua mão. Por fim, apanhando a Lima, alisou as partes ásperas, arredondando tudo. Gastou a tarde toda fazendo esse serviço. Por fim o sol se pôs e começou a chegar a noite. O carpinteiro sorriu ao ver que o púlpito estava pronto, perfeito e muito bonito. Ele foi embora.

Depois que ele saiu, as ferramentas todas ficaram olhando, contentes, com o bom trabalho que tinha sido feito pelo carpinteiro. Estavam pensativas, lembrando-se de como o carpinteiro usou cada uma delas para um trabalho diferente. Ninguém discutiu mais. Naquela tarde pela primeira vez elas compreenderam que o carpinteiro tinha para cada uma delas um trabalho próprio, e que nenhuma poderia fazer direito o trabalho da outra. Qualquer uma das ferramentas poderia parecer inútil, mas nas mãos hábeis do carpinteiro, eram cooperadoras na obra que ele queria fazer.


___________________________________________________________________
OBS: PRA QUEM TRABALHA COM CRIANÇAS

Aplicação da História "A Alegoria das Ferramentas":

A história "A Alegoria da Ferramentas" nos lembra de um outro "Carpinteiro". Um "Carpinteiro" que está empenhado numa obra muito maior: a construção do Reino de Deus. De que carpinteiro estamos falando? É de Jesus!

Sim, é Jesus, que nos convida a participarmos da construção do Reino de Deus. Ele nos convida a sermos as ferramentas na construção deste Reino que é feito de alegria, paz, perdão, justiça e amizade. Um Reino onde todos possam viver como irmãos e irmãs. Mas o que será que nós, ferramentas na construção do Reino de Deus, podemos aprender com está história?

Bem, podemos aprender que as ferramentas eram diferentes entre si, mas todas eram importantes nas mãos do carpinteiro. Cada uma tinha uma função específica e todas contribuíram para que o trabalho fosse feito e feito com beleza e perfeição. Ao final da obra, ninguém teve coragem de dizer que o seu trabalho foi mais importante do que os dos outros, pois foi um trabalho em conjunto.

Assim também é conosco, somos pessoas diferentes, com habilidades e dons diversos e trabalhamos numa mesma Obra, numa mesma fé, numa mesma construção. Nas mãos do Carpinteiro Jesus, cada um de nós é igualmente importante para que este Reino cresça e apareça...

Encontros(Ilza Pugliese, João Batista de Souza e Elizete Reis)



Jesus andava fazendo o bem
a todo mundo fazendo o bem
por onde ele andava ele só...
Jesus andava fazendo o bem
a todo mundo fazendo o bem
por onde ele andava, ele só fazia o bem.

Havia um homem que vivia preso
acorrentado de pé no chão
ninguém queira ser seu amigo
ninguém queria saber dele não
mas Jesus chegando ali
olhou pra ele e lhe falou:
“homem, eu te ajudo”
e lhe estendeu a mão.

Uma mulher que só via o chão
andava triste, que solidão
ninguém sabia o que fazer com ela
ninguém queria saber dela não
mas Jesus chegando ali
olhou pra ela e lhe falou:
“mulher, eu te ajudo”
e lhe estendeu a mão.

O segredo do crescimento da Igreja Cristã em suas origens



A minúscula “sinagoga dissidente” iniciada na Galiléia com Jesus de Nazaré e abrigada no “casulo” do judaísmo rabínico por 150 anos multiplicou-se em tempo recorde. E embora real e imprescindível, o cristianismo dos séculos I e II não venceu por ser um movimento organizado de evangelização, liderado por bispos, sacerdotes ou diáconos.

O Cristianismo venceu por causa da sua atuação amorosa, solidária, original, persistente e corajosa na base da pirâmide social e política da sociedade, pela sua atuação entre as pessoas conhecidas como “estrangeiras” ou “paroikoi” (gente sem terra, sem posição social reconhecida, sem os direitos e garantias fundamentais da cidadania)sem cidadania. Essa gente representava pelo menos 80% da população do imenso império romano e cuja vida era trabalho, trabalho, trabalho, sofrimento e violência. Gente composta basicamente por mulheres (particularmente as viúvas!), crianças (particularmente os órfãos!), escravos, ex-escravos, gladiadores e todo tipo de gente doente e pobre.

Nas comunidades cristãs a fé e o amor não eram apenas uma teoria e nem apenas um sentimento, mas serviços e cuidados concretos em prol dos que precisavam de socorro e salvação. As comunidades Cristãs eram conhecidas como “paróquias” (ou seja, a casa dos pobres), onde o Evangelho de Jesus não se transformava apenas em palavras, mas em testemunho visível de fraternidade e em serviço (na prática do bem) ao próximo. Feito no amor e no nome de Deus. Alguns cristãos chegavam ao ponto de venderem-se a si mesmos como escravos para com o dinheiro comprar a liberdade de outros quem eram escravos.

O escritor Eusébio escreve: “os fatos falam por si... todos exaltam o Deus dos cristãos e admitem que os cristãos são de fato os únicos verdadeiramente religiosos e piedosos”. Realmente eram amigos de Deus!

A vida dos cristãos era prova de que seu Deus era vivo e misericordioso. A vida dos cristãos era um sinal claro de que Deus estava com eles e agia através deles. O anúncio do Evangelho se fazia com palavras, mas sobretudo pelo testemunho de amor, ou seja, pelo serviço, o amor que cuida. O segredo do crescimento é a verdadeira evangelização: o amor!

Parem com o barulho (estrépito) das suas canções religiosas; não quero mais ouvir a música de harpas. Em vez disso, quero que haja tanta justiça como as águas de uma enchente e que a honestidade seja como um rio que não pára de correr “, diz o Senhor em Amós 5:23-24. “Quem ama o próximo cumpre a lei” de Deus (Rm 13:8).

____________________________________________________
(Texto de Eduardo Hoornaert extraído das páginas 83 a 95 do livro “História da Cidadania”, Editora Contexto – adaptado pelo Pr. Ronan Boechat)

Infinitamente mais (Asaph Borba)



Sim, eu seu que Tu és soberano.
Tens os Teus caminhos, tens os teus próprios planos.
Venho, pois a cada dia, venho cheio de alegria,
E me coloco em tuas mãos, pois és fiel.

Sim, eu sei, Senhor, que tu és poderoso
És um Deus tremendo, Pai de amor bondoso.
Venho, pois a cada dia, venho cheio de alegria
E me coloco em tuas mãos, pois és fiel.

Fiel é a tua Palavra, ó Senhor!
Perfeitos teus caminhos, meu Senhor!
Pois sei em quem tenho crido
Também sei que és poderoso
pra fazer infinitamente mais
...do que tudo que pedimos infinitamente mais
do que tudo que sentimos infinitamente mais
do que tudo que pensamos infinitamente mais
do que tudo que nós cremos infinitamente mais!

“O que acha uma esposa, acha o bem e alcançou a benevolência do Senhor” (Pv 18:22)



(Um texto de Ronan Boechat de Amorim)


1 – O TEXTO:
- é um provérbio que não precisa de um contexto literário, pois o provérbio vale por si mesmo. E que nasce da experiência do matrimônio. E tem a ótica do sexo masculino (achou esposa)
- Há nesse provérbio a afirmação ingênua (o que acha uma esposa, acha o bem) que combina com a alegria do encontro do início do matrimônio.
- o verbo achar na língua portuguesa é usado quando se acha algo por acaso ou algo procurado. Na língua hebraica só existe a segunda opção: ou seja, a esposa achada e o bem achado foram encontrados na base da insistente procura.
- a esposa e o bem não são achados por acaso. São achados por procura. São uma meta, um alvo, um achado para a vida toda. A mulher é a companheira de vida, a esposa.
- a mulher achada é o bem (algo muito bom e precioso) achado
- é o encontro pessoal (da esposa) que gera uma coisa muito mais ampla (achar o bem, algo muito bom). Achara a esposa significa achar a felicidade que se procura.
- é um provérbio ingênuo: não está nem um pouquinho preocupado com os problemas que fazem parte do convívio, para as tensões do convívio de homem e mulher.
- uma série de outros textos e provérbios no livro de Provérbios fala das dificuldades da vida matrimonial. Um deles é: “Melhor é morar numa terra deserta do que com mulher rixosa e raivosa” (Pv 21:19).
- Nosso provérbio de hoje não desconhece as dificuldades, não faz de conta que elas não existem, mas ele engloba essas dificuldades, ele integra essas dificuldades e mesmo assim, apesar das dificuldades, teimosamente ele afirma: “esposa = felicidade”.
- A teimosia desse provérbio é dizer que a felicidade não é um maniqueísmo, não é apenas um sentimento de que tudo vai bem e onde a gente não sente as tensões, as dificuldades, as crises, as divergências, as dores. A felicidade, nesse provérbio, e em toda Bíblia é algo que se acha, é algo que se conquista, é algo que se vive, mesmo em meio a situações difíceis, precárias e dolorosas.

APLICAÇÃO:
- A felicidade não está apenas no topo da montanha, mas ocorre também quando a estamos escalando. A felicidade não é apenas um resultado final, um resultado no final da nossa vida, mas em todo o processo, em tudo o que a gente viveu, experimentou, INCLUSIVE o que a gente sofreu, enfrentou, reverteu, superou, venceu...
- O poeta Francisco Otaviano acertadamente sentencia:
“Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu,
Foi espectro de homem - não foi homem,
Só passou pela vida - não viveu.”
Por outro lado, “Toda dor vem do desejo de não sentirmos dor”, cantam os Titãs.

Vivemos numa cultura hedonista, que deseja unicamente o prazer, a toda hora e a qualquer tempo e o tempo inteiro. O prazer é algo bom e faz bem. Mas a vida é mais que as sensações de prazer. A vida é luta, é conquista, é confronto, é riso, é choro, é trabalho, é preguiça. E é exatamente aí que a a gente encontra a felicidade: quando a vida é boa, quando as lutas da gente dão sentido aos sofrimentos e que as dificuldades nos tornam mais antenados, mais solidários e mais humanos.

Nos enganamos às vezes pensando que basta apertar um botão, dar um downloud, deletar, etc que as coisas se resolvem. Relações de amor, entre pessoas, mesmo entre pessoas muito queridas e preciosas, demandam cuidado, tempo, paciência, investimento, conversas, silêncios, pedido de perdão, oração, cafuné.

Mas nossa experiência como pessoas cristãs tem nos mostrado que precisamos também da presença de Deus, o pai de amor, o amigo bondoso, criador de todas as coisas, Deus passional a favor da vida e da justiça.

Porque só Deus pode nos ajudar a “domar” o cão bravo que cada um de nós tem dentro de si.

A Bíblia afirma que todas as pessoas são ambíguas e contraditórias. Isso faz parte de nossa cultura, de nossos valores, de nossa racionalidade, de nossas relações, de nosso DNA.

Há aqueles que se acomodam e são deliberadamente egoístas, egocêntricos, racistas, sexistas, machistas, manipuladores, indiferentes, complexados, fofoqueiros, opressores, mentirosos, ingratos, traidores, arrogantes, etc), e que não se importam com as outras pessoas, apenas usam as outras pessoas.

Mas há aqueles que embora ambíguos e contraditórios, querem viver de um jeito diferente, mais humano, mais solidário, mais ético.

TAREFA
(Geir Campos)

Morder o fruto amargo e não cuspir,
Mas avisar aos outros o quanto é amargo.
Cumprir o trato injusto e não falhar,
Mas avisar aos outros quanto é injusto.
Sofrer o esquema falso e não ceder,
Mas avisar aos outros o quanto é falso.
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
-Do amargo e injusto e falso por mudar-
Então confiar à gente exausta o plano
De um mundo novo e muito mais humano.

Não querem ser heróis ou super-homens ou mulher biônicas, apenas querem ser humanos e construir com seu trabalho, com suas opções, com o jeito quotidiano de experimentar relacionamentos e de viver a vida, sentir-se parte desse mundo, e sentir que contribui para que a vida dos demais seja melhor e que o mundo seja um lugar melhor para todos, a começar, concretamente, com aqueles(as) que estão ao seu redor.

Não acredito em pessoas que querem preservar a camada de ozônio, salvar a Amazônia, despoluir a baía de Guanabara e não consegue ter relações de cuidado e amor com as pessoas concretas que fazem parte de sua vida, seja o casamento, seja os filhos, seja os amigos.

Deus nos ajuda a ser assim e a viver desse jeito. Ele transforma corações de pedra em corações de carne, dando sensibilidade e capacidade de sentir misericórdia. Deus infunde coração e forças, para que nenhum bem possa ser desprezado, por mais que pareça insignificante e sem sentido.

É isso que chamamos de graça, o amor que Deus coloca em nosso coração pelas demais pessoas, por tudo que vive, pelo planeta, pela ecologia.

“O ímpeto dos impulsos agressivos precisa, numa certa medida, ser neutralizado pelo amor e ternura para que outros aspectos importantes das relações humanas tenham espaço para desenvolver-se. Se isto não for possível, estaremos no reino da natureza bruta ou muito próximos dele.”

“Para passarmos do reino do organismo para o reino da pessoa e da cultura, é necessário percorrer um longo caminho no qual as sensações de prazer e desprazer são o ponto de partida e matrizes a partir das quais os sentimentos e pensamentos vão se organizando e se integrando ao conjunto de capacidades mentais e atitudes que compõe a personalidade de uma pessoa, dando assim plena expressão ao que entendemos como humano. Essa evolução é tão significativa e complexa que, mais tarde em sua vida, o ser humano é capaz de atitudes de sacrifício e renúncia (por uma ideologia, fé religiosa, amor a alguém, etc) que vão muito além da busca imediata do prazer e da evitação (a atitude de evitar) do desprazer.”

“O companheiro do indivíduo amadurecido se movimenta a um nível humano, e o nível humano não admite mero uso de outras pessoas. Em um nível humano eu não utilizo outro ser humano, mas eu me encontro com ele, o que significa que eu reconheço plenamente sua qualidade humana. E se dou mais um passo, além do reconhecimento de sua qualidade humana de ser humano, reconhecendo plenamente sua unicidade como pessoa, trata-se de algo mais que um encontro. O que ocorre então é o amor”.
(Extraído do Documento da Igreja Metodista Sexualidade e Afetividade”, escrito por Janice e Almir Linhares”)


3 – E ACHOU BENEVOLÊNCIA DO SENHOR!
Essa frase final do provérbio não é outra coisa senão uma afirmação de fé. Onde um homem e uma mulher se encontram por amor e se unem pela bênção de Deus em matrimônio, ali está realmente o favor do Senhor. Acham a benevolência de Deus, têm a aceitação de Deus.

A Bíblia nos diz que foi Deus quem intencionalmente nos fez homem e mulher. E nos fez assim para que pudéssemos superar uma experiência ruim: a solidão. O Deus amoroso que faz com que “o solitário habite em família” (Salmo 68:6) disse: “Não é bom que o homem esteja só, farei para ele uma companheira com quem possa conversar de igual para igual” (Gn 2:18).

Assim, em meio à procura humana pela esposa ou pelo esposo, Deus está ao nosso lado. Pois mesmo dentro da realidade do casamento e da família, podemos aplicar a palavra de Jesus: “onde houver dois ou três reunidos no meu nome, ali eu estarei” (Mt 18:20). E numa relação de amor e companheirismo onde o Senhor está presente somos capazes de reconhecer e experimentar que “o cordão de três dobras não se rompe” facilmente (Eclesiastes 4:12). O Senhor é o abençoador, sustentador e fiador da relação, da aliança.

“Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol” (Eclesiastes 9:9). Ou na linguagem de hoje: “Enquanto você viver neste mundo de ilusões, aproveite a vida com a mulher que você ama. Pois isso é tudo o que você vai receber pelos seus trabalhos nesta vida dura que Deus lhe deu.”

E não podemos nos esquecer que para um casal assim, os filhos são herança do SENHOR são os filhos (Salmos 127:3). “Não trabalharão debalde, nem terão filhos para a calamidade, porque são a posteridade bendita do SENHOR, e os seus filhos estarão com eles” (Isaías 65:23). “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos!” (Salmo 128:1).

E embora o texto seja de uma época patricarcal, ou seja, em que os homens (sexo masculino) eram o centro de tudo e decidiam tudo, cabendo às mulheres apenas obedecer (e chorar, se for o caso), sabemos que Jesus quebrou a maldição do pecado que criou a opressão e a dominação de uns sobre os outros (Mc 10:42-45) e muito particularmente da dominação do marido sobre a mulher tão claramente descrita em Gn 3:16. “O teu desejo sra para o teu marido e ele te governará”.

Assim, nós cristãos que somos libertados por Cristo de todo jugo de dominação (Gálatas 5:1) podemos aplicar esse texto de Pv. 18:22 dentro desse novo contexto, desse novo tempo de graça, afirmando não apenas que “quem achou esposa, achou o bem”, mas também “quem achou esposo, achou o bem”. Ambos, pela fé nos propósitos e na Palavra de Deus “alcançam a benevolência do Senhor”, Aleluia!

Salmo 151 (texto considerado apócrifo)

1a Salmo de Davi. Ação de graças de Davi após combater Golias:

1b Eu era o menor entre meus irmãos,
o mais novo da casa de meu pai.
Ao conduzir o rebanho de meu pai para o pasto,
encontrei um leão e um urso: matei-os e despedacei-os.

2a Por minhas mãos construí uma flauta,
meus dedos fizeram uma harpa.

2b Os montes nada testemunharam,
as colinas nada proclamaram;
entretanto, as árvores exaltaram as minhas palavras
e o rebanho [exaltou] os meus feitos.

3a Quem anunciará a meu Senhor?

3b Quem proclamará, quem divulgará, quem anunciará os feitos do Senhor de todas as coisas? Deus viu, escutou e ouviu a tudo.

4 Ele enviou seu mensageiro para ungir-me,
enviou Samuel para tornar-me grande.
Ele me tirou do meio do rebanho de meu pai
e ungiu-me com o seu óleo.

5a Meus irmãos eram belos e altos,
mas o Senhor não os preferiu.

5b Ele me retirou de trás do rebanho,
ungiu-me com o santo óleo,
fez de mim o condutor de seu Povo,
o rei dos filhos da sua aliança.

6 Enfrentei o filisteu, que amaldiçoou-me por seus ídolos.

7 Arranquei-lhe a espada, cortei-lhe a cabeça,
e lavei a afronta aos filhos de Israel.

_____________________________________________________
OBS: Este Salmo apócrifo encontra-se na antiga versão grega, bem como, com algumas variações, na versão siríaca. É possível que seu texto seja resultante da combinação de dois salmos apócrifos redigidos em hebraico reencontrados em Qumran. Nesta tradução, as variantes siríaca e de Qumran seguem indicadas em "itálico".

O Edito de Milão de 313 d.C. (Imperadores Constantino Augusto e Licínio Augusto)

Eu, Constantino Augusto, e eu, Licínio Augusto, venturosamente reunidos em Milão para discutir sobre todos os problemas referentes à segurança e ao bem público, entre outras disposições a assegurar, cremos dever regulamentar, primeiramente, o bem da maioria, que se refere ao respeito pela divindade, ou seja, garantir aos cristãos, bem como a todos, a liberdade e a possibilidade de seguir a religião de sua escolha, a fim de que tudo o que existe de divino na morada celeste possa ser benevolente e favorável a nós mesmos e a todos aqueles que se encontram sob a nossa autoridade. Este é o motivo pelo qual cremos - num desígnio salutar e muito digno - dever tomar a decisão de não recusar essa possibilidade a quem quer que seja, tenha essa pessoa ligado a sua alma à religião dos cristãos ou a qualquer outra: para que a divindade suprema - a quem prestamos uma homenagem espontânea -, em todas as coisas, possa nos testemunhar com o seu favor e a sua benevolência costumeiros.
Assim, convém que Vossa Excelência saiba que decidimos suprimir todas as restrições contra os cristãos, encaminhadas a Vossa Excelência nos escritos anteriores, e abolir as determinações que nos parecem totalmente infelizes e estranhas à nossa brandura, assim como permitir, a partir de agora, a todos os que pretenderem seguir a religião dos cristãos, que o façam de modo livre e completo, sem serem aborrecidos ou molestados.

As quatro faces da ética (Artur da Távola)

Concreta e objetivamente, concebo o comportamento ético em quatro níveis que devem operar de modo integrado, integrante e integrador:
a) a ética do comportamento individual;
b) a ética do comportamento público;
c) a ética das responsabilidades; e
d) a ética dos objetivos ou das finalidades.

Um indivíduo irrepreensível no seu comportamento pessoal pode ser paupérrimo no tocante aos objetivos ou finalidades de sua vida. Pessoas éticas no tocante a seu comportamento público podem exibir incompreensíveis egoísmos ou autoritarismos no comportamento pessoal. E assim por diante.

Não se pode, portanto, tomar o comportamento ético por uma de suas vertentes. Visão evoluída, madura e equilibrada do problema levar-nos-á a buscar a adequada integração entre as várias formas
através das quais o comportamento ético se manifesta. Assim:

A ÉTICA DO COMPORTAMENTO INDIVIDUAL: tanto regula os atos individuais externos como as formas psicológicas e interiores de tratar e conceber a individualidade, o ser, a espiritualidade. Exige intenso e diário trabalho interior e seus problemas e conflitos em geral aparecem sobre a forma de enigma.

A ÉTICA DO COMPORTAMENTO PÚBLICO: cabe a pessoas direta ou indiretamente relacionadas com a coletividade. Ela junta os padrões da ética de comportamento individual com os aspectos legais, regulamentares e a subordinação sempre crítica (e reflexiva) aos postulados do bem comum.

A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE : é de difícil caracterização verbal. Implica na energia necessária ao cumprimento dos deveres e tarefas pessoais ou públicas, compatíveis com o nível de responsabilidade característicos de cada vida. Exemplos: paternidade, maternidade, chefias, postos de mando ou condições de influência (políticos, jornalistas, comunicadores, sacerdotes). Há uma ou várias responsabilidades relacionadas com compromissos assumidos ao longo da vida.

A ÉTICA DOS OBJETIVOS: é das mais complexas e profundas. Representa a escala de valores dentro da
qual o indivíduo seleciona as finalidades e os objetivos tanto da própria vida quanto de sua ação pública. Representa a subordinação aos grandes princípios da vida: a liberdade, a fé, a justiça, o amor. Quanto maior a compreensão temos, maior a escala dos compromissos éticos com as finalidades e objetivos de cada vida.

Origem da família Boechat

Henri-Joseph Boëchat nasceu no vilarejo de Miécourt, no Jura Suíço, em março de 1774. Aos 26 anos de idade, em maio de 1800, casou-se com sua conterrânea, Marie-Marguerite Froté Boëchat, então com 19 anos. Entre 1801 e 1817 nasceram os oito filhos do casal, cinco meninos e três meninas: Jean-Conrad, François-Xavier, Marthe-Catherine, Marie-Barbe, Joseph-Alexis, Anne-Marie, Jean-François e François-Denis.
Ao se abrirem as listas para a emigração suíça com destino ao Brasil, em 1818, cerca de quinhentas famílias se inscreveram, entre as quais a família Boëchat.

Henri-Joseph e sua família deixaram Miécourt em julho de 1819, desceram o rio Reno de Estavayer-Le-Lac até Amsterdã. Poucos dias depois o embarque dos colonos no porto holandês, ainda no mar da Mancha, Marie-Marguerite sofreu aguda crise de infeção intestinal, vindo a falecer. Seu corpo foi lançado ao mar, sob tocante e emocionada cerimônia de bordo, cena que se repetia, aliás, centenas de vezes, nos sete navios que transportavam os emigrantes. Jean-Conrad, o filho mais velho, contava os 18 anos, e o caçula, François-Denis, um ano e dez meses.

Henri-Joseph e os filhos se instalaram no lote No. 59, em Morro-Queimado, Nova Friburgo, no final de 1819. Anos mais tarde tornaram-se proprietários da fazenda de Santa Rita, em São José do Ribeirão, atual distrito de Bom Jardim. Em 1859 essa propriedade foi vendida para João Erthal, quando os filhos de Henri-Joseph se transferiram para Santa Maria Madalena. A partir de 1886, com o desenvolvimento da agricultura norte-fluminense, muitos filhos e netos do patriarca Henri-Joseph buscaram as terras férteis dessa região.

Os filhos de Henri-Joseph Boëchat construíram famílias enormes - algumas com 16, 18 e mesmo 20 filhos. As gerações se multiplicaram. Os seus descendentes somam, atualmente, um número superior a quatro mil, distribuídos em vários estados, a maioria deles, porém, no Estado do Rio de Janeiro.

A família Boëchat se organiza, hoje, na "Associação Cultural HENRI-JOSEPH BOËCHAT", para filiação à DESAMIS - Associação dos Descendentes e Amigos dos Imigrantes Suíços, uma federação de famílias dos descendentes com propósitos culturais, filantrópicos, recreativos e de convivência fraterna.

Frases feministas: 99% dos homens dão uma má reputação ao resto.

- Homem é que nem cachaça: no começo é ótimo, mas depois é só dor de cabeça.

- Homem é que nem macarrão: quanto mais você esquenta mais ele. gruda.

- Homem é igual pão de forma :chato, quadrado, casca dura e fácil de dobrar.

- Todo homem é capaz de fazer a mulher feliz, ficando solteiro.

- Homem não tem defeitos, tem características.

- 99% dos homens dão uma má reputação ao resto.

- Se você quer que algo seja dito, peça a um homem. Se quer que algo seja feito, peça a uma mulher.

- Homem é igual ao Diploma Universitário. Você leva um tempão para conseguir e depois não sabe o que fazer com ele.

- Se as mulheres dirigem mal, é porque todos os instrutores de auto-escola são homens.

- Quer ver um homem fazer abdominais? Coloque o controle remoto nos pés dele.

- A única forma de saber se um homem está mentindo é ver se seus lábios estão se mexendo.

- Por que o homem é que nem ônibus? Porque nunca aparece quando a gente precisa.

- Sabe quais os três maiores sonhos de um homem? Ter tantas mulheres quanto fala que tem. Ser tão rico quanto seus filhos pensam que ele é. Ser bom de cama quanto ele acha que é!

- Qual a semelhança entre um homem um espermatozóide? Ambos tem uma chance em um milhão de se tornarem seres humanos.

- Como um homem mostra que ele tem planos para o futuro? Quando ele compra 2 caixas de cerveja.

- Qual a diferença entre um homem e uma manga verde? A manga amadurece.

- Quantos homens são necessários pra trocar um rolo de papel higiênico? Não se sabe; isto nunca aconteceu!

- Por que é tão difícil achar homens bonitos, sensíveis e carinhosos? Porque normalmente eles já tem namorados.

- Como se chama uma mulher que sabe onde seu marido está todas as noites? Viúva.

- Quando uma mulher liga pra companhia de um homem? Quando ele é dono dela (da companhia, é claro).

- Porque mulheres casadas são mais gordas que as solteiras? A solteira chega em casa, vê o que tem na geladeira e vai pra cama; a casada vê o que tem na cama e vai pra geladeira.

- O que existe em comum entre os homens que freqüentam bares para solteiros? Todos são casados.

- O homem perguntou a Deus: "Porque você fez a mulher tão bonita?" Deus: "Para que você pudesse amá-la!"

Homem: "Mas por que fez ela tão burra?" Deus: "Para que ela pudesse amá-lo!"
- O que disse Deus depois de criar o homem? Tenho que ser capaz de fazer coisa melhor!

- O que disse Deus depois de criar a mulher? A prática traz a perfeição.

- Você sabia por que as viúvas-negras e as fêmeas do louva-a-deus matam os machos depois do acasalamento? Pra impedir a sessão de roncos que vem em seguida.

- Você sabia que só há dois tipos de homem no mundo? Os que dizem que nunca traíram suas mulheres e os que mentem.

- Por que as piadas de loiras são tão curtas? Para que os homens as compreendam.

- Se homem fosse dinheiro todas as notas seriam falsas!

- Homem é igual pipoca: enche o saco mas agente vive comendo.

- Como saber se um homem está excitado sexualmente? Basta ver se ele respira.

- Qual é a idéia que os homens fazem das preliminares? Meia hora de paquera.

- Como chamamos um homem com um QI de 50? Um superdotado.

- O que os homens e as garrafas de cerveja têm em comum? Os dois são vazios do pescoço pá cima.

- Por que os homens são como as vagas no estacionamento? As boas vagas estão sempre ocupadas.

- O que os homens têm em comum com o carpete? Se o carpete foi bem colocado, você poderá pisar nele toda a sua vida.

- O que os homens têm em comum com os aniversários e o clitóris? Eles os perdem sempre.

- Por que é que os homens sempre dão nomes aos seus pênis? Porque não gostam do
fato que uma pessoa estranha faz 90% de suas decisões!

- Qual é o nome daquele pedaço insensível na base do pênis? Homem.

- Qual é o conceito do homem de ajudar com a limpeza em casa? Levantar as pernas pro aspirador de pó.

- Por que a psicanálise é mais rápida para homens que para as mulheres? Porque quando dizem para ele voltar para infância, ele já está lá!

- Como é que os homens fazem exercício na praia? Encolhendo o estômago e estufando o peito toda vez que passa um biquíni.

- Por que é que loiras têm feridas no umbigo? Porque loiros também são burros!

- Por que foi que Deus criou o homem? Porque um vibrador não consegue cortar a grama!

- Porque é que comida é melhor do que homem? Porque você não tem que esperar horas por alguns segundos.

- Por que é que os homens preferem loiras? Homens gostam de companhia intelectual!

- Qual a diferença entre bar e um clitóris? O homem não tem dificuldade em achar o bar.

- O que é um super-machão? No momento crítico, quando não tem a ereção, ele diz: "Querida, isso acontece com você regularmente?"

- Qual a definição para o homem de uma noite romântica? Sexo.

- Como é que homens e UFOs (ou OVNIs, como eram chamados) são parecidos? Não se sabem donde vem, qual sua missão e quando vão partir.

- Qual a diferença entre uma mulher solteira de 40 anos e um homem solteiro de 40 anos? A mulher só pensa em ter filhos, enquanto o homem sé pensa em sair com os filhos.

- Como é que os homens e diplomas universitários são parecidos? Você passa um bruta tempão para consegui-los, e depois não sabe o que fazer com eles.

- As mulheres só têm um problema: Os homens.

- As mulheres têm gostos simples na vida. Um exemplo? ... os homens

- As mulheres amam as crianças. Elas até se casam com uma.

- O infortúnio para as mulheres é de algumas vezes se excitar por quase nada, e elas acabam se casando com este nada.

- Você sabia que o casamento é o preço que os homens pagam pelo sexo e que o sexo é o preço que as mulheres pagam pelo casamento?

- O Homem e suas fases:
Dos 15 aos 25 anos o homem é uma obra de arte.
Dos 25 aos 35 anos o homem Da Vinci.
Dos 35 aos 45 anos o homem Picasso.
Dos 50 anos em diante o homem é uma natureza morta.
- Como se chama um Homem que perde a inteligência? Viúvo.

- Por que é que Deus criou o homem? Porque o vibrador não sabe trocar pneus.

- Como é que se sabe que um homem teve um orgasmo? Quando ele se vira para o lado e ronca.

- Qual a semelhança entre um homem FIEL e um OVNI? Todos falam deles mas ninguém os viu.

- Por que é que os homens usam gravata? Porque é o melhor substituto da coleira.

- Os homens são como um \"Q\" maiúsculo: um grande zero e um pequeno penduricalho.

- Por que é que há cada vez menos mulheres casando? Porque elas preferem ter "bacon" na frigideira que porco na sala.

- Qual é a diferença entre o homem e uma goteira? Nenhuma. Ambos dão nos nervos.