sábado, 1 de novembro de 2008
A Roseirinha Torta
(Autor Desconhecido)
Era uma vez, um homem que possuía um jardim muito grande. Cresciam nele flores de todas as cores - vermelhas, amarelas, rosas, brancas... Algumas delas estavam perto da cerca. Outras cresciam em grandes caramanchões, outras em grandes fileiras.
Perto deste jardim morava um menino chamado Antônio. O menino amava as flores e muitas vezes largava seus brinquedos e encostava seu rostinho na cerca para olhar o grande jardim.
Antônio também tinha um canteiro, mas muito pequenino. Ele possuía uma pá para afofar a terra e uma lata para carregar água, mas tinha poucas flores para cuidar.
O dono do jardim grande tem um jeito muito esquisito - pensou Antônio. Ele nunca rega as plantas, nem mesmo quando passa muito tempo sem chover; não arranca o capim, nem afofa a terra ao redor das plantinhas; não ajuda suas plantas a crescerem e, além disso, não colhe uma flor sequer. Quando caminha pelo jardim traz as mãos nos bolsos e diz sempre ao jardineiro que cuide delas.
Um dia, quando ele visitava o jardim, parou em frente a uma pequenina roseira. Era uma roseirinha imperfeita. Além de ser pequenina, era torta e nela havia somente umas folhinhas verdes e insignificantes.
- Arranque-a. Ela nunca dará flores. Atire-a no caminho, disse o dono do jardim grande ao jardineiro. E o empregado fez exatamente o que ele mandou.
Naquele dia Antônio estava jogando futebol e a todo instante a bola se perdia no meio do capim e do mato pra lá da cerca. Procurando apanhá-la avistou, por cima da cerca, a roseirinha torta, arrancada com raiz e tudo, e jogada onde o jardineiro a lançara.
Pobre roseirinha! Que maldade fizeram com você! Você nunca dará rosas aí onde está. Eu vou arranjar uma terra fofa para você, disse Antônio.
Assim dizendo, correu depressa até sua casa e trouxe a pá e a lata d'água. Então bem no centro de seu pequeno canteiro, ele começou a cavar. Quando a terra estava bem revirada, tirou as pedras e fez um buraco onde plantou a roseirinha torta e colocou terra fofa ao redor de seu pé. E a roseirinha torta procurou ficar na posição mais reta que podia. O pequeno menino então pegou a lata d'água e molhou a roseirinha torta.
Os dias foram se passando e Antônio nunca se esquecia da roseirinha torta. Cada dia, assim que acordava e se levantava da cama, ia até à janela para olhar a roseirinha torta. O calor do sol a aquecia e algumas vezes a chuva a refrescava. Quando não chovia o pequeno Antônio a regava.
- Há muito mais folhinhas verdes nela, e ela está maior e mais reta, disse o menino muito satisfeito.
Um dia Antônio encontrou um botãozinho verde e sua mãe lhe explicou que dali sairia uma rosa. "Cuide bem dela", acrescentou a mãe de Antônio; e o menino cada dia a olhava da janela assim que saía da cama.
Certa manhã quando ele espiou, bateu muitas palmas e chamou sua mãe. Nem podia esperar para se vestir. Estava se abrindo uma rosa branca na roseirinha torta.
Cada pessoa que passava, naquela manhã, por sua casa, parava para ver a roseirinha torta com a sua única rosa branca.
- Onde foi que você a arranjou? Perguntaram as crianças surpreendidas.
- Eu ajudei o Pai Celestial a cuidar dela e ela cresceu, disse Antônio.
- Que beleza! Como você arranjou esta qualidade tão rara? - disseram os grandes.
- Eu ajudei o Pai Celestial a cuidar dela e ela cresceu, disse Antônio.
De tardinha ele ouviu uma voz do outro lado da cerca. Era o dono do jardim que estava falando:
- Que rosa lindíssima você tem aí, meu filho. É mais bela que qualquer uma das minhas. Como você a conseguiu?
- O senhor não se lembra daquela roseirinha torta que mandou arrancar e jogar fora? Pois é ela! Eu a apanhei no lixo e a plantei. Ajudei o Pai Celestial a cuidar dela e ela cresceu - respondeu o menino.
E o dono do jardim se foi, repetindo para si as últimas palavras do menino: Eu ajudei o Pai Celestial a cuidar dela e ela cresceu...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário